São Paulo, segunda-feira, 3 de novembro de 1997
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Congresso dos EUA apóia ataque ao Iraque

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O Iraque expulsou ontem três americanos que chegavam ao país como parte de uma equipe de inspetores da ONU. A medida pode provocar retaliação, inclusive militar, por parte dos EUA. O Congresso americano já anunciou que apóia o governo caso o presidente Bill Clinton opte pelo uso da força.
O secretário-geral da ONU Kofi Annan ofereceu enviar hoje ao Iraque uma equipe especial para mediar a crise causada pela expulsão.
O governo iraquiano não respondeu a oferta. Entre os membros estão: o diplomata argelino Lakhdar Brahimi, o sueco Jan Elliasson e Emilio Cárdenas, ex-embaixador argentino.
Os inspetores da ONU tinham ido visitar instalações militares e industriais e verificar se o país está cumprindo acordos assinados após a Guerra do Golfo de destruição de armas químicas, biológicas e de peças para armas nucleares.
O Iraque decidiu barrar os americanos que estivessem na equipe em represália a uma decisão do Conselho de Segurança da ONU, que ameaçou proibir viagens ao exterior das autoridades iraquianas que dificultassem inspeções.
"Assim que o avião pousou, foi pedido a eles (os americanos) que retornassem a Bahrein", disse um diplomata em Bagdám segundo a "Reuters". Segundo ele, a expulsão se deu de maneira "educada".
Além desses, outros dez americanos que estão com a ONU receberam ordens de deixar o país em uma semana. Um deles voltou ontem. "O Iraque continua a mostrar um clamoroso desrespeito ao Conselho de Segurança da ONU e às suas resoluções", afirmou um porta-voz do governo americano.
"Temos de tomar as medidas que forem necessárias", disse ontem o presidente da Câmara dos EUA, Newt Gingrich. Questionado se isso incluía ações militares, ele respondeu: "Certamente."
Para o embaixador dos EUA na ONU, Bill Richardson, cabe agora ao conselho reagir à recusa do Iraque em cooperar com as inspeções. "Não queremos um conflito militar, mas não o descartamos."
A TV iraquiana exibiu ontem protestos contra os EUA em várias cidades do país. Os manifestantes levavam fotos de Saddam e gritavam slogans antiamericanos. No Cairo, a Liga Árabe se posicionou contra uma ação militar dos EUA.

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