São Paulo, segunda-feira, 3 de novembro de 1997
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Baleias vão ao litoral de SC para dar à luz

RANIERI MAIA RIZZA
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Uma visitante especial faz a festa para quem visita as praias de Imbituba, no litoral catarinense, até o final do mês de novembro.
Alegria não apenas para turistas, a presença da baleia-franca, um animal gigante, pacífico e ameaçado de extinção, é muito esperada por aqueles que lutam pela sua preservação e pelos agentes que procuram desenvolver o turismo ecológico na região.
É no litoral sul do Brasil, especialmente em Santa Catarina, que a baleia-franca vem ter seus filhotes e amamentá-los no período de maio a novembro.
Nesse tempo de criação dos filhotes, as baleias se aproximam da costa -de 20 m a 30 m da praia em alguns lugares-, dando a impressão de que vão encalhar.
O que hoje, vivo, pode trazer lucro por meio do ecoturismo, o "whale whatching" (observação de baleias), já foi fonte de renda por estar morto.
Desde o século 18, a baleia-franca foi caçada indiscriminadamente nas águas do litoral brasileiro.
Com o nome científico de Embalaena australis, ela ficou conhecida por "franca" pela docilidade, o que facilitava o seu abate.
As baleias eram mortas em estações baleeiras, conhecidas como "armações".
A "armação" de Imbituba foi a última a ser desativada no litoral sul do Brasil. O óleo retirado desses mamíferos era utilizado para fazer combustível e para o curtume de couro.
Mirante especial
Localizada a 80 km ao sul de Florianópolis, a praia do Rosa é um ponto privilegiado para a observação da baleia. Essa condição transformou a praia em base para o Projeto Baleia-Franca.
Administrado pela Coalizão Internacional da Vida Silvestre -IWC Brasil-, o projeto é responsável pelo acompanhamento dos animais (monitorados por meio de helicópteros) e pela distribuição diária de boletins, informando onde e em que número elas estão.
O Rosa, como a praia é conhecida por seus frequentadores, é um paraíso que não tem acesso asfaltado. Tal característica mantém o charme do local e dificulta a chegada de invasores.
Quem vive no Rosa tem um compromisso com a beleza natural, onde as montanhas e um mar propício ao surfe se encontram. A praia possui peculiares pousadas e uma típica e, até certo ponto, requintada gastronomia.

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