São Paulo, terça-feira, 4 de novembro de 1997
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O exemplo do moranguinho

FRANCISCO GRAZIANO

A safra paulista de morangos está terminando. Ao contrário de 96, desta vez o consumo manteve-se firme e os agricultores se fortaleceram. Foram os benefícios do programa do Selo de Qualidade, implementado pelo governo estadual. O morango vinha sendo o produto agrícola mais problemático quanto aos resíduos de agrotóxicos. O temor da população impedia o crescimento do consumo.
Para enfrentar essa situação, a Secretaria da Agricultura desenvolveu um programa inédito na agricultura brasileira. No início, os produtores receavam o trabalho cooperativo e se questionavam: será que vai compensar o trabalho?
Compensou. O relatório final do Instituto Biológico atesta que melhorou muito a qualidade. Nas 57 amostras analisadas, apenas 6 (10,5%) apresentaram resíduos de agrotóxicos não permitidos.
Esse grau de contaminação é seis vezes menor que a verificada em 96. Dessas, nenhuma deveu-se a produtos de alta toxicidade: quatro indicaram resíduos de endossulfan, que é recomendado nos EUA, por exemplo, mas aqui não está registrado, enquanto que as outras duas apontaram resíduos de produtos normalmente utilizados em olericultura, mas não registrados para uso em morangos.
Nas 98 amostras de morangos não selados, os resíduos de agrotóxicos não permitidos mostraram uma redução de 2,5 vezes, comprovando o efeito do programa. No total das 155 análises, 64 amostras apresentaram resíduos abaixo do limite. Tais limites, definidos internacionalmente, oferecem uma tolerância de segurança de dez vezes, com relação aos valores potencialmente prejudiciais à saúde. Em nenhuma amostra, com ou sem selo, foram detectados resíduos acima dos limites.

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