São Paulo, terça-feira, 4 de novembro de 1997
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Cientista anuncia gene da inteligência

DA "REUTERS"

O geneticista britânico Robert Plomin, do Instituto de Psiquiatria de Londres, no Reino Unido, afirmou ontem ter isolado o primeiro gene relacionado com a inteligência humana. Esse seria um entre os vários genes que os cientistas acreditam que podem ser ligados à inteligência e genialidade humanas.
A pesquisa realizada pelo geneticista britânico pode ter implicações importantes para a neurociência, porque pode trazer novos critérios para entender o funcionamento do cérebro. Também pode esquentar o debate sobre o que determina a inteligência humana, se a genética, a educação ou o estilo de vida da pessoa.
O pesquisador disse ter encontrado o gene depois de coletar DNA (ácido desoxirribonucléico, que contém o material genético) de amostras de sangue de crianças na escola especial de verão da Universidade Estadual de Iowa, nos Estados Unidos.
Todas as crianças estudadas possuíam QI (quociente de inteligência) muito elevado. Elas foram submetidas com cinco anos de antecedência a um teste de ingresso na universidade, no qual ficaram entre o 1% de candidatos que tiveram pontuação mais elevada.
"Eu realmente acredito que (a descoberta) signifique uma ruptura", afirmou o geneticista em entrevista ao programa Equinox do Channel 4, uma emissora de televisão independente britânica.
A transmissão do programa sobre a busca de Plomin pelo gene da inteligência estava programada para ontem.
Após mais de seis anos de pesquisa, Plomin, especialista em genética do comportamento humano, afirmou que o gene IGF2R foi localizado no par de cromossomo número 6 (ao todo, a espécie humana possui 23 pares de cromossomos no núcleo das células).
"No passado se falava de maneiras indiretas de estimar a influência genética na determinação da inteligência. Agora temos uma maneira bastante direta de estimar a capacidade geral de aprendizado, que envolve o DNA", afirmou Plomin.
O modelo de capacidade de aprendizado desenvolvido por Plomin se baseia na atuação de vários genes. O gene foi detectado com maior frequência entre o grupo de crianças inteligentes do grupo de controle, constituído por estudantes medianos.

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