São Paulo, quarta-feira, 5 de novembro de 1997 |
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FHC acerta hoje apoio de Maluf em 98
ELIANE CANTANHÊDE
Maluf, entretanto, vai pedir o que o presidente nacional do PPB, senador Esperidião Amin (SC), chamou ontem de "salvaguardas": o apoio do PFL nacional e estadual à sua candidatura a governador de São Paulo. "A vida é assim: Maluf cobra de FHC um apoio do PFL em São Paulo; o PFL cobra de Maluf um apoio a FHC na campanha nacional", disse Amin à Folha. Segundo ele, a chave dessa equação é o presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), que já esteve pessoalmente com Maluf em São Paulo e tem conversado sistematicamente com ele. Maluf chegou a sugerir que ACM participasse da conversa de hoje com FHC. ACM, porém, achou melhor não ser testemunha nem avalista ostensivo da conversa. Outro articulador da aproximação é o ministro da Assuntos Políticos, Luiz Carlos Santos (PFL-SP). O que todos eles tentam evitar é que o presidente suba no palanque do PSDB e venha a despejar pesados recursos federais para favorecer a candidatura tucana, seja a do governador Mário Covas ou não. "Nós sabemos que o presidente não vai votar no Maluf no seu próprio Estado, mas queremos evitar cobranças de lealdade acima de limites razoáveis", disse Amin. "Os tucanos vão pedir mundos e fundos durante a campanha. Maluf vai sugerir ao presidente que só dê o que for indispensável". Amin não acredita na possibilidade de Maluf desistir de disputar São Paulo para se aventurar como candidato a presidente da República. A seu ver, Maluf só vem insinuando o contrário nos últimos dias para chegar de nariz empinado no encontro de hoje com FHC. "Ele não iria chegar aqui completamente rendido, não é?", disse Amin, sorrindo. Anteontem, Maluf havia deixado em aberto a possibilidade de disputar a Presidência caso a crise financeira se alastrasse. Contas malufistas A Câmara de São Paulo deve aprovar hoje as contas de 1996 da gestão de Maluf à frente da prefeitura. Elas foram rejeitadas em abril pelos auditores do Tribunal de Contas do Município (TCM). O relatório, encaminhado aos vereadores e a conselheiros do TCM, diz que "em face do exposto (irregularidades e/ou improbidades), as contas não apresentam condições de (...) parecer favorável". Apesar da recomendação, o conselheiro-relator Francisco Gimenez deu parecer favorável. A aprovação na Câmara é dada como certa, pois a bancada governista tem maioria na casa. Colaborou a Reportagem Local Texto Anterior: Morre no Rio o embaixador Ítalo Zappa Próximo Texto: Quatro grupos disputam controle da CPFL Índice |
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