São Paulo, quarta-feira, 5 de novembro de 1997
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Motta vê 'um certo orgasmo pessoal' em reportagens sobre o crash global

DA REPORTAGEM LOCAL

O ministro Sérgio Motta (Comunicações) disse ontem que as reportagens publicadas na imprensa brasileira sobre os efeitos da crise das Bolsas de Valores na economia nacional possuem "um certo orgasmo pessoal por tudo dar errado no país".
Sem citar nomes, Motta criticou "determinados setores da mídia ou setores organizados da opinião pública que trabalham em função da miséria social pública e coletiva do país".
Suas declarações foram feitas em solenidade de assinatura dos contratos de concessão para a exploração da telefonia celular por parte de telefônicas estaduais.
Segundo o ministro, esses setores "trabalham para (o país) não ter solução mais". "Lendo algumas matérias dessa semana sobre crise, nota-se um certo orgasmo pessoal por tudo dar errado no país", completou.
Motta, disse que o cronograma de privatização do sistema Telebrás não será alterado em função do crash global.
Segundo ele, essa privatização estará concluída até o final do primeiro semestre do ano que vem. Questionado sobre qual o efeito da crise das Bolsas no programa de privatização do país, o ministro foi lacônico: "Zero", respondeu.
Motta disse que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social divulgará hoje os editais de contratação dos consultores que irão preparar a privatização da telefonia pública brasileira, com arrecadação estimada em pelo menos R$ 23 bilhões.
"Todo o programa está em absoluto andamento. São 1.200 pessoas trabalhando nisso", afirmou.
Para ele, haverá uma "valorização" das privatizações no Brasil. "Estamos ofertando ativos de extrema atratividade, o que provocará uma ampliação dos recursos gerados pelo programa de privatização brasileiro", disse.
O ministro avalia que a atual crise nas Bolsas fará com que os investidores se interessem por "bens de raiz" (empresas públicas, por exemplo), em vez de "atividades especulativas".

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