São Paulo, quinta-feira, 6 de novembro de 1997
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Força federal; Dinheiro além da conta; Coincidência; Muita coisa pode mudar; Relação desinteressada; Eis a questão; Jogada de amador; Aliados em guerra; Para inglês ver; Um dia a casa cai; Conta que não fecha; Tempo é dinheiro; Brasil sem ação; Palavra malufista; Para o bem e para o mal; Bonito no papel

Força federal
O governo federal articulou para garantir o sucesso da venda da CPFL. Eduardo Jorge (Secretaria Geral) estimulou a Previ a entrar pesado na associação com o consórcio vencedor. O Planalto deu sinais ao governo paulista para manter a data da venda.

Dinheiro além da conta
A Previ ficou com 38% da participação na CPFL. Por lei, só pode ter 33%. Agora, vai se livrar de 5%, passando-os a outro parceiro. A associação de fundos de pensão ficou com 17%. A VBC (Votorantim, Bradesco e Camargo Corrêa), com o resto.

Coincidência
Na semana passada, os secretários Nakano (Fazenda) e Montoro Filho (Planejamento), além de Adroaldo Moura (CPA), queriam adiar a venda da CPFL. Mas a data foi bancada por David Zylbersztajn (Energia), genro de FHC, a quem interessava que o leilão ocorresse ontem.

Muita coisa pode mudar
Os apoios que o PPB, o PTB e setores do PMDB prometem agora à reeleição de FHC precisam ser validados legalmente em convenção, de 10 a 30 de junho de 98. Ou seja: o presidente terá que confiar no fio do bigode de políticos coerentes por natureza.

Relação desinteressada
A CNI tem associação produtiva com o Planalto. Banca muitas pesquisas que interessam ao governo e que não são divulgadas.

Eis a questão
Do deputado tucano José Aníbal (SP): "Por que tanto encontro (de FHC) com Maluf?".

Jogada de amador
O PFL tenta vender um pacote a FHC. Garante projetos do governo no Congresso e, em troca, o presidente não deixa que a máquina federal atrapalhe seus candidatos nos Estados. Detalhe: o PFL sempre fechou com o tucano e não controla outras siglas.

Aliados em guerra
Exemplo das queixas que o PFL faz a FHC sobre uso da máquina: Padilha (PMDB) estaria jogando o peso do Ministério dos Transportes no Piauí em favor do governador Mão Santa, contra Hugo Napoleão, que também é candidato ao governo.

Para inglês ver
É de inspiração pefelista a decisão de as bancadas do PTB e do PSDB fecharem questão a favor das reformas administrativa e da Previdência. Faz parte do pacote PFL-FHC. Mas é de pouca utilidade: não há como punir os parlamentares desobedientes.

Um dia a casa cai
Covas evita passar recibo, mas voltou a estar contrariado com FHC. No dia em que dá uma boa notícia ao governo (venda da CPFL com ágio de 70%), o presidente "casa" com Maluf. Sem falar que não recebeu resposta ao recurso contra a Lei Kandir.

Conta que não fecha
FHC pode esperar sentado: uma nova crise com o PSDB paulista vai cair logo no seu colo. Os tucanos prometem infernizar a vida do ex-arenista Maluf, o mais novo afilhado do presidente, que um dia foi do MDB.

Tempo é dinheiro
Sinal de que a dificuldade para aprovar a reforma administrativa continua a mesma: a votação não deve ocorrer no dia 12, mas em 19 de novembro. É preciso combinar o levantamento dos deputados que a apóiam com o de emendas a serem liberadas.

Brasil sem ação
Há uma paralisia nos ministérios, que aguardam a definição do suposto corte no Orçamento para decidir que projetos priorizar. Na dúvida, pararam alguns.

Palavra malufista
Maluf nega que tenha telefonado para Serjão. O ministro das Comunicações espalhou que o pepebista ligara para ele.

Para o bem e para o mal
De Michel Temer (PMDB), sobre a comissão que analisa projeto que dá poder de CPI à CCJ: "Agora, tanto teremos meios para condenar com provas quanto meios para absolver com provas. Há muitos inocentados sobre os quais pairam dúvidas".

Bonito no papel
O Pronaf (Programa Nacional de Agricultura Familiar), elogiado por FHC na entrevista de ontem, não é considerado um sucesso por alguns ministros.

TIROTEIO
De Amin, sobre Maluf ter jantado anteontem com Joaquim Roriz, candidato do PMDB ao governo do Distrito Federal:
- Para quem evitou entrar no PPB dizendo que não queria ser confundido com um malufista nem ficar ao lado de Delfim Netto, já é um progresso.

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