São Paulo, quinta-feira, 6 de novembro de 1997
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Para Camargo Corrêa, ágio prova confiança

ANTONIO CARLOS SEIDL
DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente da Camargo Corrêa, Alcides Tápias, disse que o consórcio VBC resolveu pagar um ágio "relativamente expressivo" de 70,15% porque a compra da CPFL representa uma "oportunidade única" de acesso ao mercado de consumo de energia do interior de São Paulo.
Tápias disse que o ágio é também uma demonstração efetiva da confiança da VBC no país. Agora, disse à Folha, os empresários esperam que o Executivo e o Congresso cumpram a parte que lhes cabe.
"Fizemos nossa parte. Neste momento de alguma insegurança, quem se dispõe a fazer um investimento de R$ 3 bilhões, mostra que acredita no país.
A seguir, trechos da entrevista.
*
Folha - Como o sr. recebeu a vitória da VBC no leilão da CPFL?
Alcides Tápias - Com bastante alegria. Essa concessão representa uma das melhores companhias de distribuição de eletricidade do Estado de São Paulo e do país.
Folha - Por que o consórcio decidiu por ágio de 70,15%?
Tápias - Fizemos um exame do negócio por dois prismas: o valor econômico do investimento com um ágio desse tamanho e um aspecto mais estratégico de que essa companhia se situa numa das melhores regiões do país, o interior de São Paulo. Era a oportunidade única de ter acesso a esse mercado.
Folha - Uma oferta expressiva num momento de incerteza.
Tápias - O fato de o governador Mário Covas ter mantido o leilão teve um significado político importante dentro do contexto que o país está vivendo.
Mas o leilão não poderia se frustrar e estávamos muito interessados. As condições econômicas dos últimos dias se alteraram muito, mas isso não tirou nosso ânimo.
A oferta da VBC, que representa a classe empresarial do país, é uma demonstração efetiva de confiança no país. Agora, esperamos que o Executivo e o Congresso cumpram a parte que lhes cabe.
Folha - Como?
Tápias - Fazendo as reformas todas. A falta das reformas gera um clima de expectativa e insegurança na economia do país. É uma lição de casa que tem de ser feita.

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