São Paulo, quinta-feira, 6 de novembro de 1997
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Petroleiros param hoje em todo o país

DA REPORTAGEM LOCAL; DA AGÊNCIA FOLHA

Os petroleiros realizam hoje em todo o país uma paralisação de 24 horas de olho em uma greve geral mais prolongada.
O protesto ocorrerá por causa do impasse nas negociações salariais com a Petrobrás, paradas desde que os trabalhadores recusaram a proposta de 3% de reajuste da empresa.
Desde a fracassada greve de 95, que durou 31 dias, colocou a população contra a categoria e custou cerca de R$ 60 milhões em multas ao sindicatos, os petroleiros não ousavam falar em greve geral.
"Vamos mostrar amanhã (hoje) que estamos preparados para uma mobilização mais forte", disse o coordenador da FUP (Federação Única dos Petroleiros), Antônio Carlos Spis.
A idéia é fazer vigílias na porta das dez refinarias e nos centros administrativos da Petrobrás. Spis afirmou que a produção não será afetada.
Os petroleiros gaúchos realizam assembléia hoje às 8h na porta da Refap (Refinaria Alberto Pasqualini), em Canoas, na região metropolitana de Porto Alegre, para definir se aderem à paralisação de 24 horas da categoria.
No Estado, são 800 trabalhadores na ativa e 900 aposentados. Se a assembléia decidir pela paralisação, o turno que terminaria às 8h ficará 24 horas na refinaria.
Os petroleiros da Refinaria de Capuava, no Pólo Petroquímico de Capuava, em Mauá (Grande São Paulo), prometem fazer hoje uma greve de advertência por 24 horas.
O Sindipetro-Mauá garantiu que a produção não será afetada. A refinaria produz 8.000 metros cúbicos por dia de derivados (gasolina, diesel, nafta, óleo combustível e GLP).
Segundo o diretor do sindicato Carlos Cotia Barreto, 46, os petroleiros do turno das 23h de ontem (setor industrial) não serão rendidos hoje, às 7h.
Eles terão de ficar na refinaria até as 23h de hoje, quando serão substituídos por um outro grupo.
Não haverá troca nos turnos das 7h e das 15h de hoje. Esses petroleiros só voltarão ao trabalho às 7h e às 15h de amanhã, respectivamente.
Na Bahia, os petroleiros baianos decidiram ontem aderir à greve de 24 horas que estava prevista para começar à 0h de hoje.
No Estado da Bahia, trabalham 8.000 petroleiros.

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