São Paulo, quinta-feira, 6 de novembro de 1997
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F-1 se livra do lobby antifumo na Europa

FÁBIO SEIXAS
DA REPORTAGEM LOCAL

O projeto da União Européia de banir a publicidade de cigarro na F-1 recebeu ontem um golpe fatal.
O governo do Reino Unido anunciou que votará contra a proposta no próximo encontro do Conselho de Saúde do bloco, no dia 4 de dezembro.
Dessa forma, as autoridades britânicas se alinham com as da Alemanha, Grécia, Holanda e Bélgica, que já haviam se declarado opositoras do projeto, garantindo votos suficientes para derrubá-lo.
Em nota divulgada à imprensa, a FIA (entidade máxima do automobilismo) declarou "dar boas vindas à posição tomada pela Grã-Bretanha na questão da publicidade de cigarros".
Em troca, a FIA se compromete a "introduzir regulamentações que reduzam a visibilidade das marcas de cigarro na categoria".
O comunicado foi distribuído junto com uma cópia da carta enviada no mês passado pela entidade aos governos dos países integrantes da União Européia.
Assinada pelo presidente da FIA, Max Mosley, a carta pede oposição ao projeto e alega que o fim da publicidade de cigarro na Europa simplesmente transferiria GPs da categoria para outros continentes.
"Não haveria redução de exposição das marcas, pois essas provas seriam televisionadas para toda a Europa", afirma Mosley, na carta.
Hoje, os nomes das marcas são vetados nos GPs da França, Inglaterra e Alemanha, o que não ocorreria se essas etapas fossem transferidas para países como a Malásia, por exemplo.
A importância com que a FIA trata a questão está ligada à própria sobrevivência da F-1.
"Estimamos que a indústria do cigarro invista entre US$ 200 milhões e US$ 300 milhões na categoria", disse Mosley, em entrevista concedida em Jerez de La Frontera (Espanha), há duas semanas.
"Ninguém sabe o valor exato, porque as equipes fazem segredo. Mas estimamos que o investimento esteja próximo disso."
Caso Senna
O promotor Maurizio Passarini, responsável pela acusação no julgamento pela morte de Ayrton Senna, fará amanhã suas alegações finais no Tribunal de Imola.
Nove meses depois do início do julgamento, Passarini pedirá formalmente ao juiz Antonio Costanzo a aplicação da sentença contra os seis acusados de homicídio culposo (sem intenção).
O resultado do julgamento só deve ser conhecido no mês que vem, depois que a defesa se manifestar.

Com agências internacionais

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