São Paulo, quinta-feira, 6 de novembro de 1997
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Guerrilheiros latinos alimentam radicalismo

CINILIA T. GISONDI OMAKI
MARIA ODETTE BRANCATELLI

MARIA ODETTE BRANCATELLI; CINILIA T. GISONDI OMAKI
ESPECIAL PARA A FOLHA

Ainda em busca de equilíbrio, a América Latina possui uma história ligada à dependência, ao autoritarismo e a lutas por autonomia e identidade.
Um caso especial foi a Nicarágua, onde a Frente Sandinista depôs a ditadura de Somoza em 79, estabelecendo economia mista, pluripartidarismo e política externa não-alinhada.
As guerrilhas, ativas nos anos 60 e 70 e inspiradas no socialismo, perderam o sentido na nova ordem mundial, mas suas causas ainda persistem -a miséria e a desigualdade social. Três países ainda registram atividades guerrilheiras, alimentando radicalismos.
No México, o Exército Zapatista sublevou o Estado de Chiapas em 94, exigindo "pão, saúde, educação, autonomia e paz" para os camponeses. Os zapatistas querem despertar a consciência do país para a falta de democracia e para a condição dos indígenas.
No Peru, o maoísta Sendero Luminoso, alicerçado na guerrilha rural, é o grupo mais violento. O Movimento Revolucionário Tupac Amaru, inspirado no guevarismo, concentrou sua ação nas cidades, como a recente invasão da embaixada japonesa.
As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia e o Exército de Libertação Nacional têm prejudicado o fortalecimento democrático no país, sabotando as últimas eleições.
Alguns grupos abandonaram os confrontos. A Frente Sandinista e o colombiano M-19 tornaram-se partidos políticos para atuar na legalidade. Outros selaram acordos de paz com o governo: a Frente Farabundo Martí de El Salvador e as guerrilhas da Guatemala.
Confirma-se a idéia de que o caminho democrático é a solução para os problemas latino-americanos.

Maria Odette Simão Brancatelli e Cinilia T. Gisondi Omaki são professoras de história do Colégio Bandeirantes.

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