São Paulo, quinta-feira, 6 de novembro de 1997
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Brasília quer refletir produção nacional

PAULO NAVES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Na comemoração de seus 30 anos, o Festival de Brasília do Cinema Brasileiro tenta fugir do modelo de campeonato de filmes e distribuidor de prêmios.
"Queremos promover e refletir o cinema nacional e não rechaçar filmes", disse o coordenador do festival, Nilson Rodrigues.
Dentro dessa proposta de promoção e reflexão da indústria cinematográfica nacional, estão sendo organizados seminários, mostras, discussões e lançamentos de livros e CD-ROMs.
A tentativa de ampliação da mostra balzaquiana não significa o abandono das premiações. O festival será entre os dias 23 e 30 de novembro no mesmo cine Brasília de sempre. Os júris oficial e popular continuam elegendo os melhores filmes, atores, atrizes e coadjuvantes. E a Unesco continua dando R$ 20 mil ao melhor filme.
Este ano, foram selecionados para a mostra competitiva seis longas-metragens e 12 curtas. Segundo Rodrigues, poderiam ser escolhidos até oito longas, mas a comissão optou por apenas seis por já representarem vários segmentos do cinema. "Não havia nada a ser acrescentado. A comédia, a vanguarda, o documentário, o drama estão presentes", disse Rodrigues. "Alguns filmes ficaram de fora por falta de tempo para finalização, como "Traição", da Conspiração Filmes, por exemplo."
Até o próximo dia 9, acontece a Mostra do Cinema Brasiliense. Entre os dias 25 e 30 de novembro, ocorrerá a Mostra dos Novos Realizadores. Serão apresentados seis filmes da recente safra do cinema brasileiro: "Os Matadores", "Um Céu de Estrelas", "Pequeno Dicionário Amoroso", "Crede-Mi", "Baile Perfumado" e "O Velho".
Segundo Rodrigues, essas mostras estão sendo organizadas para que o festival seja uma instituição permanente na cidade, não apenas eventual. "O objetivo das mostras é formar uma platéia mais crítica e uma visão estética, que não se resuma ao período da competição", disse. "O festival é o evento cultural mais importante da cidade."
Paralelamente ao festival, está programado o seminário "Novas Dramaturgias no Cinema Brasileiro", organizado por Geraldo Sarlo e José Carlos Avelar. "Queremos refletir as novas realizações, se há uma nova dramaturgia ou tendência estética", afirmou Rodrigues.
A organização do festival programou ainda uma série de oficinas para estudantes e profissionais de cinema, como Tizuka Yamasaki, Rogério Sganzerla e outros.

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