São Paulo, quinta-feira, 6 de novembro de 1997
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Greve tem violência e desabastecimento

Caminhoneiros de uma barricada são atacados

MARIANE COMPARATO
DE PARIS

Pressionado pelo governo, o maior sindicato patronal de transportes da França, a UFT (União das Federações dos Transportes), voltou a negociar ontem com os caminhoneiros.
Os motoristas de caminhão, que realizam barreiras em diversas estradas do país há três dias (ontem foram 174), querem receber o equivalente a cerca de R$ 1.750 para cada 200 horas de trabalho, o que representa aumento de 7%.
Apesar do clima otimista que envolve as negociações, ao menos um episódio violento foi registrado em uma das barricadas. Na noite de anteontem, em Vitrolles (sul da França), cerca de 20 homens encapuzados atacaram caminhoneiros que participavam de um bloqueio. Três grevistas foram feridos, um deles gravemente. Seis suspeitos de ter participado do ataque foram detidos.
Dez caminhões da empresa TFE (Transportes Frigoríficos Europeus) aproveitaram a confusão para atravessar a barreira. Em represália à TFE, julgada responsável pelo incidente, cerca de 30 caminhoneiros bloquearam o acesso a dois depósitos da empresa: um em Begles, perto Bordeaux (oeste da França), e outro perto de Strasbourg (nordeste).
"Estamos lançando um grito de alarme, estamos negociando, e ao mesmo tempo, há agressões contra os grevistas", revoltou-se o secretário-geral da CFDT Transports, Joel Le Coq, um sindicato importante dos caminhoneiros.
Em consequência do bloqueio de refinarias e de depósitos de combustíveis, um terço dos postos de gasolina tiveram de fechar, principalmente na região sul e oeste do país. A ação dos caminhoneiros também provoca falta de alimentos por toda a França.
Cerco a Paris
No Reino Unido, vários caminhões estão parados, no sul do país, esperando balsas que os levarão até a Bélgica. Esse caminho evita as barricadas francesas.
No final da tarde, oito caminhões bloquearam durante uma hora a entrada da Porte des Lilas, situada no anel viário que envolve Paris, provocando grande congestionamento na capital francesa.
A greve foi um dos temas do encontro do chanceler alemão (premiê), Helmut Kohl, com o presidente francês, Jacques Chirac, e o premiê da França, Lionel Jospin.

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