São Paulo, quinta-feira, 6 de novembro de 1997
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Fraude escolar via Internet dá processo

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

A Universidade de Boston abriu processo por fraude contra diversas empresas que vendem monografias a estudantes via Internet.
Um estudante de direito pago pela Universidade de Boston (Costa Leste dos EUA) comprou monografias de diversas dessas companhias para coletar as evidências que compõem a ação.
O negócio de venda de trabalhos escolares via Internet é um dos mais prósperos ramos de serviços via Internet nos EUA. Algumas empresas chegam a cobrar US$ 35 por página. Em média, um trabalho de 15 páginas custa US$ 110.
A Universidade de Boston é a primeira no país a tomar medida legal contra essa indústria. Segundo seu departamento de relações públicas, centenas de outras instituições de ensino superior a estão consultando para fazer o mesmo.
O Estado de Massachusetts, onde está Boston, tem uma lei que proíbe a venda de trabalhos escolares a estudantes. Outros 14 dos 50 Estados norte-americanos têm legislação similar. Mas alguns advogados acham que agir contra essas empresas é inconstitucional.
Como Robert O'Neil, da Universidade de Virgínia, para quem a atividade da indústria de monografias é garantida pela Primeira Emenda Constitucional, que assegura a liberdade de expressão.
Mas o próprio O'Neil se diz preocupado com a tendência de organizações que se chamam, por exemplo, "Escola é Um Saco", "Casa Demoníaca da Cola" e "Gênios da Monografia".
Robert Vitrano, dono de uma dessas empresas, defende seu negócio: "Somos como professores particulares; ajudamos esses estudantes que precisam de ajuda."
Não há estatísticas sobre a porcentagem de estudantes que compra seus trabalhos via Internet. Mas há consenso entre os envolvidos de que o número é grande.

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