São Paulo, quinta-feira, 6 de novembro de 1997
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ONU e Iraque dialogam para superar crise

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Representantes do Iraque e da ONU se reuniram por duas vezes ontem em Bagdá para discutir a ordem iraquiana de barrar americanos das equipes de inspeção da organização que monitoram o desmantelamento das armas de destruição em massa do país.
O chefe da delegação de três membros da ONU, o argelino Lakhdar Brahimi, disse após o primeiro encontro: "Nós fomos recebidos pelo vice-premiê Tareq Aziz e lhe entregamos uma carta do secretário-geral (da ONU) Kofi Annan endereçada ao presidente Saddam Hussein."
"Nós tivemos uma sessão que acabou numa atmosfera muito agradável", disse Brahimi, que não revelou o conteúdo da carta.
Após o término da segunda sessão de conversações, a TV iraquiana afirmou que os iraquianos relataram à ONU as "provocações dos elementos americanos nas equipes de inspeção".
Ainda ontem, a Unscom, a comissão especial da ONU encarregada de desmantelar o arsenal iraquiano de acordo com o cessar-fogo da Guerra do Golfo (91), cancelou suas inspeções pelo terceiro dia seguido. O Iraque voltou a impedir que inspetores americanos entrassem no local a ser visitado.
O Iraque alega que os americanos são espiões e estão atrasando a suspensão das sanções contra o país impostas pela ONU após a invasão do Kuait, em 1990. As sanções só serão suspensas após a Unscom certificar que o arsenal ilegal iraquiano foi destruído.
A atual crise começou na semana passada, quando o Iraque decidiu expulsar dez americanos das equipes de inspeção da ONU, que têm cem membros no total.
O Iraque anteontem adiou seu ultimato para os americanos deixarem o país -que venceria hoje às 20h de Brasília. Bagdá disse que vai esperar o relatório da delegação ao Conselho de Segurança da ONU, na semana que vem.
Ao mesmo tempo, a ONU suspendeu vôos de monitoramento de aviões U-2 sobre o Iraque. Mas disse que eles serão retomados na semana que vem. Saddam ameaçava derrubar os aviões.
Os jornais iraquianos ontem abrandaram seus ataques contra os EUA e a ONU. "Nós não estamos contra os americanos por causa de sua nacionalidade e nem somos contra a comissão especial (da ONU), nem nos opomos ao trabalho confiado a ela", disse ontem o jornal oficial "Al Thawra".
O presidente dos EUA, Bill Clinton, pediu ontem aos americanos e seus aliados que "sejam pacientes, mas firmes" na crise.

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