São Paulo, sexta-feira, 7 de novembro de 1997 |
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Câmara adia votação da 'CPI da Propina'
RENATO KRAUSZ
Os pedidos para instauração haviam sido protocolados anteontem. O primeiro pedido foi do próprio presidente da Câmara, Nelo Rodolfo (PPB), um dos vereadores citados nas denúncias. As denúncias foram publicadas nos últimos dois dias pela "Folha da Tarde" e pela Folha. Elas envolvem assessores de vereadores em esquema de cobrança de propina de camelôs. Vereadores da oposição afirmam que os governistas estão querendo dificultar a aprovação. "Eles abandonaram a sessão antes que nós pudéssemos pedir a votação da CPI", afirmou a líder do PSDB, Ana Maria Quadros. Para o vereador José Eduardo Cardozo (PT), a estratégia de alguns vereadores do PPB é adiar a votação até que a discussão sobre as denúncias se esvazie. "Já não foram aprovadas as CPIs dos precatórios e dos frangos. Se nós não aprovarmos essa também, a imagem da Câmara estará definitivamente comprometida", disse. Em entrevista coletiva ontem, Rodolfo negou que sua bancada esteja dificultado a votação. "Não existe dificuldade nenhuma na aprovação. Mas eu acho que o Ministério Público já está tomando as providências devidas, a polícia, por meio do Decon, já tem se manifestado e a Secretaria das Administrações Regionais também já está se manifestando. A Câmara não vai fugir de sua responsabilidade e vai apurar tudo." Porém, segundo o presidente da Câmara, a forma dessa apuração não será necessariamente uma CPI. Para ele, qualquer medida a ser tomada será tão forte quanto. "Na semana que vem, nós vamos tomar todas a providências necessárias. Se a Câmara não abrir uma CPI, não significa que nada vai ser feito por esta Casa." Rodolfo não revelou quem seria o presidente da CPI caso ela fosse aberta. Na prática, deveria ser o próprio Rodolfo, por ter sido ele quem assinou o primeiro pedido de instauração. "Se a Câmara entender na próxima semana que existe mesmo a necessidade de uma CPI, com todo acompanhamento que está sendo feito pelo Ministério Público, pelo Decon e pela própria prefeitura, qualquer vereador terá competência para presidi-la." Ligações Para o presidente da Câmara, as ligações entre fiscais de administrações regionais suspeitos de corrupção e pessoas ligadas à Câmara não estão comprovadas. "O fato de um vereador ou funcionário encaminhar uma pessoa que venha à Câmara para a regional não significa que ele tenha qualquer ligação com o funcionário de lá. A função do vereador é atender todas as pessoas que vêm aqui e dar um encaminhamento." Rodolfo, no entanto, defendeu o direito dos vereadores indicarem os administradores regionais. "Isso acontece em qualquer parlamento do mundo. O que acho incorreto é não indicar pessoas competentes para os lugares." Texto Anterior: Grupo invade aeroporto e rouba R$ 4 mi Próximo Texto: Para fiscal, zona azul evita camelôs Índice |
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