São Paulo, sexta-feira, 7 de novembro de 1997
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Choque dos juros paralisa negócios entre comércio e indústria; Bolsa cai mais 5,5%

DA REDAÇÃO

O choque dos juros praticamente paralisou as negociações entre comércio e indústria.
Com as vendas fracas e os estoques elevados, os dois lados iniciaram queda-de-braço para tentar empurrar, um para o outro, o ônus financeiro da medida.
Enquanto não chegam a um acordo sobre a taxa para os próximos 30 dias, negócios vão sendo adiados. Ontem, indústria e comércio voltaram a conversar após a travada observada nos dias que se seguiram à elevação dos juros.
Por enquanto, o varejo rejeita a taxa de até mais 3% ao mês que a indústria procura impor, e diz não aceitar mais do que 2,85%.
Para a Confederação Nacional da Indústria, a eventual manutenção dos juros por mais de dois meses teria efeito devastador.
A CNI prevê que o setor mais afetado será o de bens duráveis, principalmente os automóveis e eletrodomésticos.
A expectativa da CNI é que os juros afetem primeiro o comércio e, a partir do início de 98, a indústria, que não deverá receber de um varejo ainda mais estocado.
A Bolsa de São Paulo viveu mais um dia de queda substancial, pressionada por boatos de instituições em dificuldades. O índice Bovespa caiu 5,54%.
A cotação do dólar, que havia caído após a alta dos juros, voltou a subir e a moeda norte-americana esteve negociada perto do teto da minibanda.
O Banco Central anunciou que hoje realizará um megaleilão de R$ 1,5 bilhão em papéis corrigidos pela variação cambial. O objetivo é sinalizar que não haverá mudanças na política cambial.

LEIA MAIS sobre os efeitos dos juros altos nas págs. 2-3 a 2-7

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