São Paulo, sexta-feira, 7 de novembro de 1997
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Os corajogos

JUCA KFOURI

Candinho ousou ao pôr Tiba em lugar de Fernando Diniz e empurrar o Corinthians para uma vitória que chegou a parecer inalcançável e que só foi possível graças a dois milagres de Ronaldo.
Já o classificado Santos precisará mostrar que é valente também fora de casa.
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Mas coragem mesmo quem teve foi Zagallo. O mais fácil teria sido convocar Edmundo. Ficaria bem com metade da torcida que queria o artilheiro na seleção, e a outra metade entenderia. E, ainda por cima, chamou Muller.
Foi tão bem que as convocações de Doriva e Donizete ficam sem comentário.
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O presidente da CBF também foi corajoso.
Teve a audácia de dizer que a entidade "aceita" pagar Imposto de Renda desde que a fiscalização por parte do Ministério Público seja retirada do projeto de lei Pelé.
Foi o que Rico Terra disse na última terça-feira perante a Comissão Especial que analisa o projeto.
A CBF faria, digamos assim, uma "concessão" à União, mas livre de rigores maiores, até porque, relembremos, o projeto responsabiliza civil e criminalmente os cartolas.
Agora já nem sei se continuo a chamar a CBF de Casa Bandida ou se passo a tratá-la como Casa Mocinha.
Peço, aliás, o seu auxílio: Casa Bandida, a que só faz jogar contra os interesses maiores do futebol, ou Mocinha, pura, casta, virginal?
Responda, por favor, para jkfouri@uol.com br e ficarei muito agradecido.
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No mesmo depoimento, o precavido cartola fez um alerta: caso o passe acabe, a saída dos brasileiros para o exterior será "devastadora" e nossos estádios "ficarão vazios".
Ainda bem que alguém está preocupado com isso.
Afinal, a média do Vergonhão-97 não está na casa de 9.000 torcedores por jogo, e Cafu, Aldair, André Cruz, Roberto Carlos, Flávio Conceição, Dunga, Rivaldo, Leonardo, Romário, Ronaldinho, Zé Maria, Zé Roberto, Mauro Silva, Zé Elias, Giovanni, Marcelinho, Raí, Élber, Ânderson, Luizão, Djalminha, etc, estão todos esbanjando talento por aqui.
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Cometi uma grave confusão na coluna de domingo, sob o título "Ouça, ministro". Uma confusão gaúcha.
Foi o Inter, 88 anos, e não o Grêmio, 94, o clube que teve jogadores dopados no começo dos anos 80.

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