São Paulo, sábado, 8 de novembro de 1997
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Maluf nega integrar campanha de FHC

DO ENVIADO ESPECIAL A SÃO JOÃO DA BOA VISTA

ROGÉRIO GENTILE
O ex-prefeito Paulo Maluf (PPB) disse ontem que não vai integrar o comando de campanha do presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). A possibilidade era vista com receio pelos tucanos.
Maluf considera que não vai ter tempo para se dedicar à campanha de FHC pois é candidato ao governo do Estado de São Paulo. Ele afirmou, porém, que vai indicar membros do PPB para integrar o comando da campanha tucana.
Ainda que indique outras pessoas, Maluf poderá participar de qualquer reunião da cúpula de campanha. O direito foi dado por FHC para todos os presidentes de partido que integram a coligação (PSDB, PFL e PTB, até agora).
No próximo dia 11, data da convenção do PPB, Maluf deverá ser eleito presidente do partido.
O ex-prefeito rebateu ontem as críticas de deputados tucanos que tacharam de oportunismo o seu apoio a FHC. "Oportunismo seria apoiar FHC há 15 dias, quando a economia estava bem e não havia problemas nas Bolsas. Hoje é um ato de coerência e coragem", disse.
Regime militar
Em ritmo de campanha, o ex-prefeito continuou ontem visitando cidades do interior de São Paulo. Em um de seus discursos, disse que sempre foi "valente" e lutou contra o regime militar. "A época do AI-5 não foi fácil. Em 85 eu enfrentei o candidato do Palácio (o então ministro Mário Andreazza) e consegui disputar a Presidência da República."
Durante o regime militar (1964-85), Maluf era filiado à Arena (Aliança Renovadora Nacional), partido que dava sustentação política ao regime. Em 69 foi nomeado prefeito de São Paulo e em 79 foi indicado a ocupar o cargo de governador do Estado.
O candidato do PPB tentou novamente obter o apoio de prefeitos do PSDB para a sua candidatura. Mas os tucanos pretendem disputar a eleição paulista contra Maluf.
"Estamos em uma reunião ecumênica, a minha candidatura é suprapartidária", voltou a afirmar.
Maluf visitou anteontem cinco prefeitos do PSDB e recebeu o apoio informal de alguns deles.
O prefeito de São João da Boa Vista, Laert de Lima Teixeira (PSDB), recebeu ontem Maluf em seu gabinete, mas fez questão de dizer que não vota no pepebista. "O meu candidato é o Covas e recebi o Maluf como receberia qualquer outro cidadão."
Maluf visitará hoje mais um prefeito tucano e tentará também obter o apoio de um prefeito petista, Paulo de Oliveira e Silva, da cidade de Mogi Mirim.
O vice-presidente do PFL Estadual, Gilberto Kassab, que também é Secretário de Planejamento da cidade de São Paulo, acompanhou a caravana e disse que o ex-ministro da Agricultura Antônio Cabrera deverá ser o candidato ao Senado da coligação PPB-PFL.
Para compor o cargo de vice-governador na chapa de Maluf, três nomes estão sendo cogitados pelo partido: o presidente estadual do PFL, Cláudio Lembo, o ministro de Assuntos Políticos, Luis Carlos Santos, e o senador Romeu Tuma.
Tuma, entretanto, defende a tese da candidatura própria do PFL e pretende disputar a eleição para o governo do Estado.

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