São Paulo, sábado, 8 de novembro de 1997
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Covas escolhe Marcovitch reitor da USP

FERNANDO ROSSETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

O governado Mário Covas decidiu ontem mesmo escolher Jaques Marcovitch como reitor da USP (Universidade de São Paulo). Marcovitch era o nome mais votado da lista tríplice, formada anteontem no segundo turno das eleições.
A decisão de Covas deve ser publicada no "Diário Oficial" de hoje. O mandato do atual reitor da USP, Flávio Fava de Moraes, termina no próximo dia 25, mas Marcovitch tem algumas alternativas de datas para tomar posse.
O secretário de Ciência e Tecnologia, Emerson Kapaz, disse ao sair da reunião, às 20h, que foi a primeira vez que o governador fez uma escolha imediata a partir de uma lista tríplice. "O governador respeitou o encaminhamento que veio da universidade", afirmou.
As três universidades estaduais paulistas (USP, Unesp e Unicamp) são ligadas à secretaria de Kapaz.
Ele disse que conhece Marcovitch "desde o tempo em que havia uma articulação do IEA (Instituto de Estudos Avançados da USP, do qual o novo reitor é membro) com o PNBE (Pensamento Nacional das Bases Empresariais, que foi coordenado por Kapaz)".
"Vai dar um jogo muito interessante entre a secretaria, Marcovitch e a comunidade da universidade", acrescentou o secretário.
Fava saiu sorridente da reunião com Covas. "Ele optou por acompanhar a opinião da maioria do colegiado da universidade", disse o atual reitor, que ressaltou que em nenhum momento pediu ao governador que escolhesse o primeiro nome da lista.
O segundo nome da lista, Myriam Krasilchik, e o terceiro, Adolpho José Melfi, também eram da administração de Fava -vice-reitora e pró-reitor de Pós-Graduação, respectivamente.
Na votação de anteontem, ficou de fora da lista tríplice o segundo nome mais votado no primeiro turno e o mais votado em uma consulta aos professores conduzida pela Adusp (Associação de Docentes da USP), Erney Camargo.
Ele fez campanha de oposição ao grupo da reitoria, que, com uma estratégia de votação nos três escrutínios do segundo turno, conseguiu excluí-lo da lista.
Segundo Fava, Marcovitch é quem vai escolher quando assume. Pela tradição da USP, o reitor toma posse em ato solene em janeiro. A tradição foi rompida em 1993, porque o então reitor, Roberto Leal Lobo e Silva Filho, pediu demissão do cargo seis meses antes do final de seu mandato.
O estatuto da USP, aprovado em 98, determina que, se há demissão ou morte do reitor, deve-se realizar nova eleição em 60 dias.
A vice-reitora, que também é eleita no Conselho Universitário, tomou posse em abril -e, portanto, o mandato de Myriam Krasilchik vai até abril do ano que vem.
Assim, Marcovitch poderá escolher só tomar posse em janeiro, ou assumir a reitoria em novembro e fazer a solenidade de posse em janeiro, ou fazer tudo já este mês.
Seu telefone em Atibaia, para onde foi ontem à noite, estava ocupado até a conclusão desta edição.

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