São Paulo, sábado, 8 de novembro de 1997 |
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Missão Cumprida
JOSÉ HENRIQUE MARIANTE Tudo bem, não ia dar em nada mesmo. Mas a atitude tomada por Maurizio Passarini, ontem, em Imola, surpreendeu.Não, não vou imolar o procurador, um dos poucos italianos a não se contaminar com a sede de justiça que se espalhou pelo país e por sua mídia nos meses seguintes à morte de Senna. Mas ninguém, em nenhum momento, poderia imaginar desfecho tão inesperado para o julgamento que atormentou a F-1 por quase três anos. Passarini sempre deu a impressão de ser um sujeito decente, funcionário público ciente de suas responsabilidades. Recusou entrevistas e fez força para não se tornar o centro das atenções, ao contrário de seus vaidosos pares espalhados pelo planeta. Por isso mesmo, creio, trocou o incerto pelo certo. E, ao anunciar o pedido de condenação (leve, diga-se de passagem) apenas a Head e a Newey, parece ter reconhecido que o negócio todo não ia dar em nada. E, de forma consciente, resolveu economizar o dinheiro do contribuinte italiano. Como sempre fez questão de afirmar, tinha que cumprir sua função. Cumpriu. O julgamento de Senna, comprova-se agora, apenas uma formalidade legal provocada pela existência de um corpo dilacerado em solo italiano, não poderia condenar ninguém. Fosse isso possível, teria que condenar toda a F-1, seu público e o próprio Senna, que acelerou antes daquela curva mesmo sabendo que o circuito era inseguro, que seu carro era um experimento sobre rodas e que sua cabeça, talvez pela primeira vez em sua carreira (impossível saber), não comportava a idéia de um piloto morrer na pista. Senna morreu por causa disso e por muito do que foi discutido no julgamento de Imola. Morreu também por aspectos que não foram abordados e que, dificilmente, serão levados a público algum dia. A F-1 respira aliviada. Texto Anterior: Se macumba valer, o Corinthians está salvo Próximo Texto: Schumacher; Emerson; Trulli; Cacá Bueno Índice |
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