São Paulo, sábado, 8 de novembro de 1997
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Cidade descuida da aparência

CELSO FIORAVANTE
DA REPORTAGEM LOCAL

O local não poderia ser mais adequado -o Pavilhão da Bienal, de Niemeyer-, mas para que realizar um evento de arquitetura em uma cidade cuja administração há quase 30 anos -desde que Faria Lima deixou a cadeira de prefeito, em 1969- pouco se preocupa com seu desenvolvimento urbanístico?
Uma cidade que cresce no caos e que, a cada pancada de chuva ou estiagem, sofre as mazelas da falta de uma política de planejamento? Sintomaticamente, o símbolo de Faria Lima (1909-1969) era uma rosa, planta que precisa de muitos cuidados para se desenvolver.
O Rio, cujo centro histórico mantém sua vitalidade cultural e possui um consistente patrimônio decô, poderia ser uma opção mais adequada; ou Belo Horizonte, que, em seu centenário de fundação, poderia servir como exemplo para a avaliação da viabilidade de uma cidade planejada no Terceiro Mundo. Para não falar em Brasília...
São Paulo é cidade pouco adequada porque -desumana- descuida de sua aparência e da mais civil das artes. Como disse à Folha o arquiteto canadense Frank O. Gehry (Guggenheim Bilbao), muitos constroem, mas poucos fazem arquitetura.
(CF)

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