São Paulo, domingo, 9 de novembro de 1997
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Fazendo figa; No limite; Cinto apertado; Sétima cavalaria; Caixa em baixa; Outro mundo; Chutando para o mato; Nova rota; Das duas, uma; Impacto no emprego; Ainda por vir; Perdendo valor; Na liderança; Sob ameaça; Olho no Atlas; Espremendo dá; Entre a cruz

DAS DUAS, UMA

Fazendo figa
Os analistas esperam e torcem para que o governo costure, neste final de semana, um pacote fiscal que seja capaz de derrubar quarteirão. O pacote é tido e visto como a última fronteira. Já que o juro, que é de derrubar quarteirão, não conseguiu acalmar o mercado.

No limite
Quem entende de gasto público fez contas e mais contas e só conseguiu imaginar um corte nos gastos da ordem de 0,5% do PIB, sem esbarrar na Constituição. Ou seja, mais do que isso só com reformas. Detalhe: o mercado quer mais.

Cinto apertado
Dez entre dez analistas esperam que o governo anuncie que não haverá aumento para o funcionalismo em 98 (seria o terceiro ano consecutivo). Espera-se também fórmula que postergue (ou minimize o impacto de) o pagamento de reajustes obtidos na Justiça.

Sétima cavalaria
Começa a circular com mais intensidade no mercado a idéia de que um acordo com o FMI e um empréstimo de alguns bilhões seria muito bem-vindo.

Caixa em baixa
A projeção mais otimista do mercado financeiro prevê que o país vira o ano com US$ 50 bilhões em reservas (o caixa em moeda forte do Brasil). A média do mercado aposta entre US$ 40 bilhões e US$ 45 bilhões.

Outro mundo
Até o início do "El Niño" financeiro, o país exibia reservas de US$ 63 bilhões e Banco Central estudava a possibilidade de lançar novos títulos no exterior.

Chutando para o mato
Na avaliação do mercado, o governo tem feito tudo que pode. Além da atuação do BC, o BB está comprando títulos da dívida e vendendo dólar no mercado futuro (mais de 50 mil contratos) e o BNDESpar nunca teve tantos títulos de Telebrás em carteira.

Nova rota
O plano de vôo do governo, ele mesmo afirmava, corria um risco: o de mudança no cenário internacional. Aconteceu.

Curto e grosso. O que está em discussão é se a crise será debelada com golpes de recessão (juros altos e medidas fiscais) ou com golpes de recessão e de inflação -e o país terá de começar tudo de novo.

Impacto no emprego
Nos cálculos do consultor José Pastore, cada vez que o juro alto cortar o equivalente a um ponto percentual de crescimento industrial, cerca de 360 mil novos empregos deixarão de ser criados.

Ainda por vir
Alguns bancos já reduziram suas projeções de crescimento do PIB para 98 em dois pontos percentuais. E o pacote fiscal só será conhecido na segunda.

Perdendo valor

Na liderança
Para a Austin Asis, as perdas foram maiores no setor elétrico e de telecomunicações. Eletrobrás valia US$ 31,7 bilhões; agora, vale US$ 24,4 bilhões.

Sob ameaça
No mínimo, diz Erivelto Rodrigues, da Austin Asis, o programa de privatização ficou em xeque.

Olho no Atlas
Um analista disse que passaria o final de semana estudando o mapa-múndi na tentativa de descobrir que outro país asiático pode quebrar na próxima semana.

Espremendo dá
Os bancos têm espaço para "espremer" margens e manter os juros no custo final para os clientes, mesmo após a alta nas taxas básicas, diz Carlos Fagundes, do Crefisul. Resta saber por quanto tempo.

Entre a cruz
Para Fábio Pina, do Fenícia, as financeiras estão em "sinuca de bico". Se subirem os juros, terão inadimplência maior e redução na clientela. Se mantiverem, talvez consigam segurar os clientes, mas com margens menores e de qualquer forma com inadimplência, que vai subir com o desemprego.

E-mail: painelsa@uol.com.br

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