São Paulo, domingo, 9 de novembro de 1997
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Sucesso rima com faculdade de 1ª linha

PEDRO CARDILLO
CARLA ARANHA SCHTRUK

PEDRO CARDILLO; CARLA ARANHA SCHTRUK
DA REPORTAGEM LOCAL

Grandes empresas caçam jovens com boa formação e oferecem oportunidade de ascensão profissional

Cursar uma faculdade renomada é o primeiro passo para garantir lugar numa grande empresa. A Folha contatou 13 organizações de porte para saber onde e como elas recrutam seus futuros executivos.
Tudo começa nas faculdades "de marca", conhecidas pela qualidade de seus cursos. Mas em vez de divulgar seus programas, as empresas preferem caçar diretamente nas escolas os perfis que elas procuram (veja abaixo).
A Souza Cruz, por exemplo, só realiza palestras para divulgar seu programa de trainees em faculdades como FGV e USP em São Paulo, ou UFRJ e PUC no Rio.
"O vestibular já foi a primeira fase do processo de seleção que acabará indicando jovens com potencial para se tornarem gerentes seniores", afirma José Roberto Cosmo, 48, gerente de desenvolvimento de RH.
O BankBoston também aposta nas palestras em escolas renomadas. "Buscamos os jovens talentos in loco", diz Kátia Périco, 31, consultora de RH da instituição.
Buscar novos profissionais nas melhores faculdades também é praxe na 3M, que treina 17 recém-formados todos os anos.
O objetivo, diz Pedro Gomes, 48, diretor de RH e relações-públicas, é garantir a capacitação dos novatos para galgar postos.
Salários de R$ 2.300
Em contrapartida, os trainees recebem salário em torno de R$ 2.300. E contam com um plano de carreira que prevê pelo menos um aumento anual médio de 8%.
Mas o processo seletivo é rigoroso, pois a grande maioria dos trainees acaba contratada.
"Além de execelente formação acadêmica, as empresas buscam jovens dinâmicos, agressivos e flexíveis, que serão treinados para postos gerenciais", diz Julia Alonso, 32, da Passarelli Consultores.
Segundo ela, apenas cerca de 5% dos inscritos em programas farão o treinamento. Levantamentos da consultoria comprovam que quem emplaca são os egressos de escolas de primeira linha.
Fora do páreo
Um pré-requisito que, se não cumprido, frequentemente tira o candidato do páreo é o conhecimento de inglês. "É fundamental para entrar numa empresa como a Gillete", diz Denise Horato, 31, gerente de treinamento da empresa.
Na Elevadores Atlas, por exemplo, ter um alto nível de motivação é fundamental aliado a forte preparo acadêmico é fundamental para ser aceito.
"A seleção é muito concorrida, com 600 candidatos para 11 vagas, e queremos só aqueles com alto potencial de crescimento", diz Márcia Palaia Cassas, 45, assistente de desenvolvimento de RH.
Casos de sucesso com trainees não são poucos. O presidente da Souza Cruz, Flávio de Andrade, 49, foi trainee na empresa há 27 anos, quando saiu da PUC-SP. "O programa existe há tanto tempo porque gera dividendos. O objetivo é que os trainees galguem postos.

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