São Paulo, domingo, 9 de novembro de 1997
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Peritos chegam a conclusão inédita sobre a radiação

JOSÉ REIS
ESPECIAL PARA A FOLHA

Reunião de peritos em Washington, para avaliar os efeitos radiativos em Hiroshima e Nagasaki, teve resultado inesperado: o efeito da radiação medida nos 120 mil sobreviventes da calamidade é muito menor do que se calculava. É o resultado de 50 anos de pesquisas médicas.
Sabe-se que quanto maior a intensidade da radiação atômica, maiores seus efeitos. As doses muito altas produzem queimaduras totais e mortais no corpo, além da destruição dos órgãos internos. Os impactos menores podem provocar leucemia e câncer.
Agora na reunião veio à tona a verificação de que os 120 mil sobreviventes não estão morrendo na proporção prevista. Entre as explicações aventadas para o fenômeno destacam-se duas: ou as pessoas que sofreram o impacto da radiação possuem alguma espécie de resistência natural à radiação ou esta não tem o efeito que se pensava. Abaixo de certos níveis muito pequenos, ela pode ser inofensiva.
O outro assunto nada tem a ver com o que acabamos de referir. Trata-se de Hitoshi Nomura e sua contribuição ao progresso das ciências naturais e sua divulgação.
Depois de carreira universitária variada, onde obteve o título de doutor e o de professor associado, Hitoshi Nomura aposentou-se da vida de pesquisa e divulgação para se dedicar, em Campinas, por sua conta, às duas atividades. E acrescentou muitos artigos científicos ao seu currículo, assim como diversos livros de ensino regular e de divulgação.
Além da história natural, também se dedicou ao cultivo do folclore animal. Ganhou numerosos prêmios por todas essas atividades. Atualmente trabalha com bolsa de pesquisador do CNPq para a elaboração de uma "História da Zoologia no Brasil", do século 16 aos tempos atuais.
Nomura, que nasceu em 1933 em São Paulo, tem grande habilidade para escrever biografias e isso torna especialmente valiosa sua "História da Zoologia no Brasil", em que cada volume começa com uma introdução relativa ao século e, a seguir, é uma série de biografias.
Hitoshi Nomura tem muito senso de narração e muito calor humano quando trata dos seus biografados.
A nova produção de Nomura está sendo publicada pela Coleção Mossoroense, Série C, da Fundação Vingt-Un Rosado, em Mossoró, no Rio Grande do Norte.
Já vimos anunciada a parte referente ao século 18, mas não tivemos o prazer de vê-la. Temos pela Fundação Vingt-Un Rosado grande admiração, assim como por outras publicações de Mossoró, pelo que representam de esforço pelo aperfeiçoamento cultural do Brasil.

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