São Paulo, segunda-feira, 10 de novembro de 1997 |
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Não é fácil enquadrar artistas
LUIZA DAMÉ
A direção do PSB não fez nenhuma restrição à filiação do cantor Tim Maia ao partido. Mas deixou claro que não poderá reservar para ele uma vaga para concorrer ao Senado. "Nós estamos negociando com outros partidos", afirma o líder do PSB na Câmara, Alexandre Cardoso (RJ), também presidente da sigla no Estado do Rio. Nem sempre é fácil administrar o temperamento do novo filiado capaz de puxar votos para a legenda. Foi o que Cardoso percebeu no mesmo dia em que Tim Maia se filiou ao PSB. Uma emissora de rádio procurou o cantor para uma entrevista de conteúdo doutrinário. Em lugar disso, a resposta que o cantor deu exemplifica os problemas que poderão aparecer pela frente. "Eu só tenho três coisas para dizer: Tim, Tim, Tim", afirmou o cantor, nada mais declarando e nada mais lhe sendo perguntado. Um cantor pode carregar em direção ao partido ao qual se filiou os eleitores que, em qualquer circunstância, continuarão a apreciar seu desempenho artístico. O mesmo não ocorre com os cartolas de futebol. "Esse é o voto mais incerto do mundo", diz o líder do PSDB, na Câmara dos Deputados, Aécio Neves (MG). "Se o time está numa boa fase, a eleição está garantida. Imagine se o time perde na véspera da eleição. Lá se vão todos os votos", afirma, apreensivo. O cruzeirense Aécio foi sondado para uma "dobradinha" com o presidente do Cruzeiro, Zezé Perrella, que poderá concorrer a deputado estadual pelo PFL. O caso de Perrella não é o único. Há outros cartolas no páreo. No Rio Grande do Sul, aproveitando-se da boa fase do Internacional, campeão gaúcho deste ano, o PPB pretende lançar a candidatura do presidente do clube, Pedro Paulo Zachia, a deputado federal. Texto Anterior: Partidos apostam em candidatos famosos Próximo Texto: Sucesso não garante reeleição Índice |
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