São Paulo, segunda-feira, 10 de novembro de 1997
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Planet Hemp é preso por apologia da droga

FABIANA MELO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os integrantes da banda carioca Planet Hemp foram presos na madrugada de ontem pela Polícia Civil do Distrito Federal após se apresentarem para 7.000 pessoas.
Eles foram presos em flagrante acusados de fazer apologia do uso da maconha. De acordo com o delegado titular da Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes, Eric Castro, a Polícia Civil do Distrito Federal vinha estudando as letras das músicas do Planet Hemp havia um ano.
Segundo Castro, a polícia chegou à conclusão de que os músicos incentivavam o uso da droga e que poderiam ser enquadrados em dois artigos da Lei de Entorpecentes (6.368), pela apologia (artigo 12) e pela associação de pessoas para uso de drogas (artigo 18).
Ele declarou que os músicos não foram presos antes porque a polícia não conhecia os nomes completos dos integrantes da banda nem seus endereços.
"Soubemos do show aqui em Brasília e conseguimos autorização judicial para gravá-lo, tanto em vídeo quanto em áudio. Como esperado, eles cantaram as músicas que fazem apologia do uso da maconha", disse o delegado.
Castro disse que, caso sejam condenados, eles podem ficar presos de 3 a 15 anos. "O artigo no qual eles foram enquadrados não permite o pagamento de fiança, portanto eles devem continuar presos até o julgamento", afirmou.
A polícia encontrou pontas de cigarro de maconha no hotel em que estavam hospedados. Eles foram submetidos a exames toxicológicos e de lesões corporais no Instituto Médico Legal. Os resultados serão divulgados em oito dias.
Marcelo Maldonado Peixoto (D2), 30, Gustavo de Almeida Ribeiro (Black Alien), 25, Eduardo da Silva Vitória (Jackson), 20, Joel Oliveira Júnior (Formiga), 34, Wagner José Duarte Ferreira (Bacalhau), 25, e José Henrique Castanho de Godoy Pinheiro (Zé Gonzales), 28, podem ser transferidos para o Núcleo de Custódia de Brasília -no Complexo Penitenciário da Papuda.
Segundo Castro, essa transferência pode ser feita hoje, dependendo da existência de vagas. Os músicos do Planet Hemp estão presos na carceragem da Coordenação de Polícia Especializada.
Segundo a Folha apurou, a Sony Music, gravadora do grupo, já contratou o advogado Nabor Bulhões para defendê-los. Bulhões foi um dos advogados que defendeu Paulo César Farias.
Além dos seis músicos, a Polícia Civil prendeu três menores, com idade entre 14 e 15 anos, fumando maconha após o show.
Na madrugada de sábado, em Belo Horizonte, a banda foi detida por cinco horas para prestar depoimento.

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