São Paulo, segunda-feira, 10 de novembro de 1997
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Beleza de parque é conservada pelo gelo

MARCOS MARTINS
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Localizado no extremo da Patagônia chilena, o Parque Nacional Torres del Paine tem uma área de 2.400 km2 e foi reconhecido pela Unesco como patrimônio da humanidade em 1978.
Sua atração principal são as torres do maciço do Paine, que atingem uma altitude superior a 3.000 m. O maciço se eleva abruptamente no relevo que o cerca, de altitude aproximada de 100 m.
A beleza do parque não se restringe apenas às montanhas. Há belíssimos lagos de origem glacial no parque. A palavra "paine" quer dizer "azul-pálido", na língua dos índios mapuche que habitavam a região.
O parque, que talvez seja o mais famoso na América do Sul, conta com excelente infra-estrutura para o turista e diversas opções de alojamento. Você pode pernoitar em luxuosos hotéis ou acampar de graça em áreas apropriadas.
No parque, há uma trilha que circunda todo o maciço do Paine.
Uma média de sete dias é necessária para percorrer toda essa trilha, e os trekkers têm de carregar barracas e acampar nas áreas de camping montadas pela administração do parque.
Alguns campings contam com infra-estrutura básica, outros não têm estrutura nenhuma.
Uma alternativa de caminhada mais curta é visitar apenas a parte "frontal" do circuito, de onde você tem acesso a dois vales que penetram no maciço, o do Francês e o do rio Ascensio.
Sem infra-estrutura
No vale do Francês há campings sem nenhuma infra-estrutura. Neles, é preciso coletar água dos rios para cozinhar. Para preservar o local, traga de volta o lixo que você gerou e apague todos os sinais de sua visita.
Poucos turistas exploram o vale do Francês devidamente, o que é uma pena, pois os famosos Cuernos del Paine ganham outra dimensão quando vistos a partir dali. Além disso, há outras montanhas, igualmente belas, que só podem ser vistas do fundo do vale.
No vale do rio Ascensio há uma trilha íngreme que leva ao mirante das Torres, de onde você pode ter uma visão privilegiada das famosas torres do Paine. É um cenário impressionante, que compensa qualquer esforço.
Outra atração que vale a pena no parque é o glaciar Grey.
Os glaciares são como rios de gelo. Eles se formam com o acúmulo de neve que ocorre nas montanhas da Patagônia. A neve, comprimida pelo próprio peso, acaba se transformando em gelo.
Esse gelo tende a deslizar em direção à parte mais baixa da montanha, exatamente como a água. A diferença é que o gelo escorre pela montanha muito mais lentamente e, como é sólido, vai rachando na medida em que se movimenta.
O resultado é que a superfície dos glaciares é quase sempre bastante irregular, compondo um cenário caótico e grandioso, bastante impressionante, especialmente para alguém que visita um glaciar pela primeira vez.
O glaciar Grey é enorme e pode ser visitado a pé, usando uma parte da trilha que circunda o Paine. Mas é possível pegar a lancha que leva até um ponto próximo do glaciar. Uma caminhada completa o trajeto.

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