São Paulo, terça-feira, 11 de novembro de 1997 |
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Carne do boa qualidade da fazenda ao prato
PEDRO DE CAMARGO NETO Rastreamento é a palavra que explica a criação de uma aliança vertical na produção, industrialização e comercialização de carne bovina.Será crescente a necessidade de informar ao consumidor as características do produto e, mais do que isto, todo o processo de produção e comercialização. Dispomos de muita tecnologia que só passa a ter sentido usar em escala comercial após a formação de uma aliança vertical. Será o rastreamento do produto que oferecerá a justificativa econômica para investimentos em genética, na procura de carcaças com melhor composição de músculo e o teor de gordura desejado pelo consumidor. A maciez, característica de grande importância, é influenciada pelo genótipo, idade e sexo dos animais. Para transformarmos estudos acadêmicos em operações comerciais exige-se o rastreamento. Ao atravessarmos a porteira da fazenda podemos perder toda a qualidade inicial do produto. A higiene no abate e manuseio da carne, os cuidados no transporte, o controle da cadeia do frio do abate até a gôndola, a acidez e cor são características de igual importância. Também aqui precisamos garantir o rastreamento se quisermos atender com honestidade o consumidor. Toda uma gama de subprodutos, com destaque o couro, pode ter suas características trabalhadas, agregando-se valor ao boi. Antes de chegar ao prato, a passagem pela cozinha é de fundamental importância. Tempo e temperatura do cozimento podem também estragar os diversos tipos de cortes de carne bovina. A aliança precisa incluir, por meio da divulgação e educação, o consumidor, que em grande parte ainda compra o produto sem conhecimento de suas características e qualidades. A crescente preocupação do consumidor com a segurança dos alimentos exigirá o rastreamento do processo produtivo. A segmentação do mercado e diferenciação do produto somente poderá ser trabalhada com rastreamento. A tendência para a inclusão de etiquetas ou selos garantindo para o consumidor características e qualidade torna-se possível através de alianças. O rastreamento precede o marketing da carne. A aliança que está sendo desenvolvida pelo Fundepec garante mais do que a idade dos animais, o chamado novilho precoce. Acompanha-se toda a cadeia garantindo características importantes de qualidade do pasto até as gôndolas. No futuro se poderá oferecer ao consumidor alternativas de teor de gordura obtidas por meio de genéticas diferenciadas, promover opções de carne com ou sem a utilização adicional de hormônios ou mesmo garantir que os animais se alimentaram exclusivamente de pastagens. Rastreamento do produto é um conceito técnico necessário para garantir qualidade. Aliança vertical entre pecuaristas, frigoríficos, comércio e consumidor é uma alteração cultural nos contratos comerciais entre os elos da cadeia da carne bovina essencial para trabalhar o rastreamento. Pressupõe transparência, honestidade e permanente diálogo entre as partes na procura de satisfação para o consumidor e estímulos para os participantes do processo. Texto Anterior: Patente de plantas é regulamentada Próximo Texto: Árabe tenta derrubar veto dos EUA Índice |
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