São Paulo, terça-feira, 11 de novembro de 1997![]() |
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Estado quer desalojar Jardim Pantanal
FABIO SCHIVARTCHE
A proposta, anunciada pelo secretário estadual dos Recursos Hídricos, Saneamento e Obras, Hugo Marques da Rosa, consiste na retirada total das cerca de 20 mil pessoas que moram na região -em um período de quatro anos- de forma gradativa e na transferência dessa população para conjuntos habitacionais. Mas os moradores da área ainda não concordaram com a proposta, que será discutida nos próximos dias em reuniões da comunidade. A região do Jardim Pantanal pertence originalmente à várzea do rio Tietê. Isto é, a área que o rio ocupa durante seu período de cheia -o verão. O terreno começou a ser ocupado há mais de dez anos. Ainda hoje os moradores se instalam na época de estiagem e, ao chegar o verão, descobrem que a área alaga. No ano passado, a água, que invadiu mais de 3.000 casas, atingia até dois metros de altura em alguns imóveis. "O governo trabalhou muito lentamente nesses três anos e a população sofreu as consequências", disse o deputado estadual Paulo Teixeira (PT), presidente da Comissão de Serviços e Obras Públicas da Assembléia Legislativa. O próprio secretário admitiu que o governo "tardou" na apresentação de uma proposta para o Jardim Pantanal (leia texto nesta página). A proposta Pelo projeto, cerca de 500 famílias seriam transferidas este verão para prédios, ainda em construção, da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo). Ainda a curto prazo, cerca de 700 famílias seriam deslocadas para alojamentos, até que novas unidades do programa habitacional da CDHU ficassem prontas. A longo prazo, todos os outros moradores iriam para um terreno de 1 milhão de m2. A CDHU cederia material para que a comunidade fizesse, em mutirão, seus próprios prédios. Segundo Consuelo Alves dos Santos, representante do Movimento das Comissões de Luta do Jardim Pantanal, o erro do governo é "querer transferir todo mundo para essas áreas". "Eles deviam retirar apenas quem mora em lugar que inunda." Consuelo afirma que apenas 30% dos moradores da área sofrem com as enchentes. O governo contesta a informação. Segundo técnicos da secretaria, toda a região está dentro da zona de influência da várzea do rio Tietê, estando sujeita a inundações em períodos de chuva forte. Texto Anterior: Raimundos param turnê Próximo Texto: Governo tardou, diz secretário Índice |
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