São Paulo, terça-feira, 11 de novembro de 1997
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'Plano é recessivo', diz Raul Pont

CARLOS ALBERTO DE SOUZA

CARLOS ALBERTO DE SOUZA; FÁBIA PRATES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

FÁBIA PRATES
O prefeito de Porto Alegre, Raul Pont (PT), disse que o pacote do governo é "fortemente recessivo e será dramaticamente prejudicial aos Estados, municípios e à maioria da população".
Ele disse que haverá queda na arrecadação e diminuição na capacidade de custeio e de investimentos. O prefeito de Porto Alegre criticou a base "fictícia" que sustenta o Plano Real, estabelecendo a paridade do real com o dólar, mecanismo que beneficia as importações em detrimento das exportações.
A crise das Bolsas mostrou, segundo Pont, que o plano tem "pés de barro" e que o governo "vai ficar ainda mais refém dos especuladores, que vão cobrar um preço cada vez mais alto".
O prefeito declarou que o déficit nas contas do governo não decorre do funcionalismo.
"Por isso é bobagem demitir funcionários diante do enorme aumento que vai significar para as contas públicas a alta dos juros".
Empresas vão rever planos
Em comunicado enviado à imprensa, o presidente da Usiminas, Rinaldo Campos Soares, informou que as medidas de ajuste fiscal vão fazer com que as indústrias revejam seus planos de investimento.
Segundo ele, as medidas terão impacto recessivo na economia, ampliado pelo aumento das taxas de juros. A consequência é o crescimento do desemprego e da inadimplência.
Impactos
O presidente da Usiminas não informou quais os impactos específicos para a empresa.
Segundo a assessoria de imprensa da Usiminas, esse estudo ainda está sendo feito.
Além da revisão dos investimentos, o aumento de custos, a queda na demanda interna por bens e serviços e o aumento do risco de crédito são, segundo ele, outros impactos diretos para o parque industrial brasileiro.

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