São Paulo, quinta-feira, 13 de novembro de 1997
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Ajustando as contas; Dinheiro curto; Atravessando o deserto; Dedo no gatilho; Ufa!; Contra a parede; Como tatu; Dólar furado; Perdas e danos; Aprovação de fora; Sem brincadeira; Na raça; Alimentando otimismo

Ajustando as contas
Octavio de Barros, da Sobeet, calcula que o déficit em conta corrente do país vai cair para US$ 28 bilhões em 98 -algo próximo de 3,5% do PIB. Os déficit da balança comercial e da conta de turismo vão diminuir, assim como as remessas e dividendos.

Dinheiro curto
Para Barros, o déficit deve ser financiado com investimentos diretos e recursos de curto prazo. "Crédito de longo prazo não vai ter por algum tempo", afirma.

Atravessando o deserto
O "El Niño" financeiro é um hiato de financiamento sem data de validade fixada. O que se sabe é que enquanto o dinheiro não volta, o país perde reservas. Resta a dúvida se o combustível será ou não suficiente para a travessia.

Dedo no gatilho
Pelo dólar flutuante deixaram o país US$ 4,5 bilhões em outubro e mais US$ 1,1 bilhão neste mês. Já há um cronograma de novas saídas -que é dado pelo vencimento do "hegde". Muita coisa vence no final deste mês.

Ufa!
A única notícia boa de ontem foi que o BC não vendeu dólares.

Contra a parede
Se depender da "mão invisível" do mercado, o país não sai da crise. Nenhum banco ou investidor está disposto a vender dólar e apostar em juros prefixados. A volatilidade fechou a porta. Quem comprou títulos públicos na terça, perdeu dinheiro ontem.

Como tatu
Indagado se a crise já tinha atingido o fundo do poço, um operador respondeu: "Acho que não. O pessoal ainda está cavando".

Dólar furado
Circula no mercado que um investidor procurou um cambista para remeter pelo dólar-cabo R$ 5 milhões para o exterior. Só que o cambista fugiu com a grana.

Perdas e danos
"O governo não pode, não deve e não vai mexer no câmbio. Os danos da desvalorização são muito grandes. A inflação seria imediata e há muitas empresas endividadas em dólar", diz George Roth, presidente da Ernst & Young.

Aprovação de fora
Para Roth, o governo respondeu de forma "rápida e clara" às oscilações do mercado e manteve a confiança no real. "Os investidores externos aprovaram o pacote."

Sem brincadeira
Carlos Tilkian, da Estrela, mantém previsão de crescimento de 25% no volume de vendas para o Natal. "Não houve cancelamento de pedidos e nossos principais clientes estão entusiasmados." Ele diz que, com os juros mais altos, o consumidor desiste do crediário e compra mais brinquedos.

Na raça
Apesar dos juros maiores e do pacote do governo, Carlos Saguie, da Intercontactu, está otimista com a primeira feira étnica do Brasil, a Etnic97, de 13 a 15 de dezembro, no Anhembi. Mantém previsão de negócios de US$ 13 milhões. "É um mercado em explosão."

Alimentando otimismo
Alfredo Burghi Jr., diretor-geral do Eldorado, diz que as vendas de alimentos devem aumentar. Procura sócio, nacional ou estrangeiro, pois "só dá crescer com associação". A estratégia será priorizar as lojas menores, os supermercados, e não hipermercados.

E-mail: painelsa@uol.com.br

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