São Paulo, quinta-feira, 13 de novembro de 1997 |
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Bolsa russa sofre forte queda apesar de pacote econômico
GILSON SCHWARTZ
A crise foi precipitada por uma nova e brusca redução nos preços das ações russas, que caíam 9,3% e já acumulam perdas de 40% desde o pico alcançado no último dia 6 de outubro. No ano, a Bolsa russa ainda acumula ganhos de 75%. Vadim Yegórov, chefe do serviço de informações da Bolsa da Rússia, declarou que a causa da queda foi "a grande oferta frente a uma baixa demanda". Há apenas dois dias o governo russo anunciou uma nova política monetária que, segundo o primeiro-ministro Viktor Chernomirdin, destinava-se a "proteger o mercado financeiro interno, garantir sua estabilidade e reduzir ao mínimo a fuga de divisas". O Banco Central da Rússia anunciou na segunda-feira uma elevação das taxas de juros de 21% para 29% ao ano. As autoridades afirmam que tal elevação é temporária e visa apenas a conter o ataque especulativo contra a moeda russa. Fontes do mercado financeiro, entretanto, afirmaram que a medida produziu um efeito negativo: os investidores correram para vender ações e comprar títulos públicos, deprimindo fortemente as cotações dos papéis em Bolsa e fragilizando o rublo. Instabilidade A instabilidade cambial foi motivada ainda pelo anúncio, incluído no pacote de segunda-feira, de uma taxa rublo/dólar estável até o ano 2000, mas com uma banda de variação de 15%., considerada elevada demais. A nova taxa cambial deve entrar em vigor no dia 1º de janeiro, quando ocorrerá também o corte de três zeros no rublo. Oposição A oposição acusa o governo de querer ocultar procedimentos inflacionários e a população teme algum tipo de confisco quando ocorrer a reforma monetária. Finalmente, há investidores que preferem vender suas posições em Bolsa para acumularem recursos líquidos com vistas à privatização de várias empresas petrolíferas russas, consideradas o maior patrimônio do país. Evidentemente, apesar desta série de razões domésticas para a fuga em busca de dólares, para a venda de ações e para o entesouramento, o mercado russo está entre os casos de países emergentes hoje sob suspeita. O movimento de fuga dos investidores também tem sido bastante agressivo nos últimos dias nos vários países do Leste europeu, seguindo a tendência geral de abandono das Bolsas na Ásia e na América Latina. (GS) Texto Anterior: BC mexicano eleva taxas de juros Próximo Texto: Mercosul analisa medidas conjuntas Índice |
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