São Paulo, quinta-feira, 13 de novembro de 1997 |
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PM bate no público, pára show e prende rappers em Recife
XICO SÁ
O estrago também foi grande na platéia. Cerca de 80 policiais distribuíram pancadas, sob a alegação de acalmar as pessoas. O baterista Luiz Inácio Ferreira, 26, do grupo Via Sat, que havia feito a abertura do show do Faces do Subúrbio, teve o pé quebrado. Levados para uma delegacia por volta da meia-noite, Tiger, Zé Brown (vocalistas) e Garnizé (baterista) foram soltos por volta das 4h da madrugada de terça-feira. Para que isso ocorresse, os músicos contaram com a ajuda do secretário de imprensa do governo de Pernambuco, Jair Pereira, que acompanhou toda a confusão. Segundo Tiger, do palco até a delegacia, para onde foram levados de camburão, sofreram beliscões, tapas, pauladas, enquanto eram chamados de "maconheiros". O governador Miguel Arraes (PSB) determinou a abertura de inquérito para investigar a responsabilidade sobre o caso. Em um encontro com o grupo de rap, Arraes fez um pedido oficial de desculpas pelo ocorrido e disse que exigiu rigor na apuração. "O pior disso tudo é que a perseguição continua. Depois disso, recebemos telefonemas ameaçadores e já sofremos uma 'batida' da PM, no último sábado", diz Francisco Acyoli, empresário da banda. Os outros três músicos do grupo escaparam da prisão, ficando trancados nos camarins. O Faces do Subúrbio é um dos destaques do momento no rap nacional. Conseguiu juntar, sem folclorismo, a pegada de Ice-T e o verbo certeiro de Manézinho Araújo, o rei da embolada do Nordeste. Texto Anterior: Cosa Nostra é selo particular do rap Próximo Texto: Internautas opinam sobre a polêmica Hemp Índice |
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