São Paulo, sexta-feira, 14 de novembro de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Efeito estufa fez Marte manter água

Tese explica presença do líquido no planeta

RICARDO BONALUME NETO
ESPECIAL PARA A FOLHA

Dois estudos na edição de hoje da "Science" apresentam hipóteses para o maior mistério marciano -como era possível haver água líquida lá e como ela desapareceu.
Uma variante do "efeito estufa", que aquece a Terra, é a explicação de François Forget, do Laboratório de Meteorologia Dinâmica, de Paris, e Raymond Pierrehumbert, da Universidade de Chicago.
O efeito estufa é provocado por vários gases -principalmente dióxido de carbono-, que aprisionam a radiação solar na atmosfera.
Estudos anteriores mostraram que seria impossível um efeito estufa em Marte semelhante ao da Terra, pois o dióxido de carbono não permaneceria na forma de gás, mas se transformaria em gelo.
Além disso, na época em que haveria água em Marte, 3,8 bilhões de anos atrás, a luminosidade do Sol era 25% mais fraca, o que faria menos calor atingir o planeta. Mas os cientistas dizem que as nuvens de gelo carbônico aqueceriam o planeta, atuando como espelhos em torno de Marte que refletiriam o calor para a superfície.
E o porquê de a água ter sumido foi explicado por Steven L. Guberman, do Instituto para Pesquisa Científica, de Lexington, EUA. Ele explicou o mecanismo químico por trás de um halo esverdeado a 300 km de altitude na Terra, e que também ocorre em Marte e Vênus.
O processo envolve a quebra do oxigênio molecular (com dois átomos associados) em dois átomos individuais. A energia gerada faria os átomos de oxigênio escaparem da atmosfera. Fugindo também os átomos de hidrogênio, a água -dois átomos de hidrogênio e um de oxigênio- desapareceria afinal.

Texto Anterior: Matemático plagiou Einstein, diz estudo
Próximo Texto: Sonda decepciona cientista
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.