São Paulo, sábado, 15 de novembro de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

"Os PMs chegaram atirando"

DA SUCURSAL DO RIO

A.G.S., 14, é considerado pela polícia como a principal testemunha do que ocorreu de madrugada na escola João Luiz Alves.
Ele diz ter visto o cabo Jansen Ferreira atirar contra D.A., 15, que ficou ferido.
S. pediu ao repórter da Folha que levasse até ele o tenente-coronel Paulo Cardoso, comandante dos policiais que reprimiam a rebelião.
Depois de ouvir o garoto, Cardoso apreendeu a arma (com dois tiros deflagrados) e prendeu o cabo. A seguir, entrevista dada por S..
*
Folha - Como começou a rebelião?
A.G.S. - Cortaram a água da gente. Estava fazendo um calor danado. A gente sem água. Aí começou a zoeira.
Folha - O que os guardas fizeram?
S. - Tiraram uns garotos do alojamento para bater neles. O pessoal virou bicho.
Folha - Quais os guardas que bateram nos internos?
S. - Sérgio, Oséas, Marques e Fábio.
Folha - E depois?
S. - Quebramos os cadeados e saímos dos alojamentos. Aí chegaram os PMs atirando.
Folha - Você reconhece algum PM?
S. - Aquele ali (aponta para o cabo Jansen Ferreira). Ele mirou em mim e atirou. Eu saí fora e pegou no outro moleque.
Folha - Você tem certeza de que era ele?
S. - Tenho.

Texto Anterior: Fugitivos se atiraram em baía
Próximo Texto: "Dei tiros, mas para o alto"
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.