São Paulo, sábado, 15 de novembro de 1997
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Cachaça tinha dose de metanol 68 vezes maior que o tolerável

Bebida teria provocado 13 mortes em Serrinha e Lamarão (BA)

CHRISTIANNE GONZÁLEZ
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

Laudo técnico divulgado ontem pela Delegacia do Ministério da Agricultura em Salvador (BA) revelou que a cachaça contaminada de Serrinha continha 68 vezes mais metanol do que o limite suportável pelo corpo humano.
Segundo a Vigilância Sanitária, a aguardente recolhida para exames teria provocado a morte de 13 pessoas em Serrinha e Lamarão.
O laudo apontou que as amostras da cachaça contêm 17% de metanol. "O corpo humano só suportaria 0,25% de metanol a cada 100 ml de álcool", disse o delegado do ministério, Marcos Cidreira.
"Cada 100 ml dessa composição (com 17% de metanol) é suficiente para matar 23 pessoas", disse.
Até ontem, o Ministério da Agricultura já havia recolhido 107 mil litros de cachaça de fabricação clandestina em Serrinha, Amélia Rodrigues e Feira de Santana.
"Todo o material recolhido está sob suspeita de contaminação e será destruído após as análises laboratoriais", disse Cidreira.
Segundo o delegado, sete alambiques clandestinos também foram fechados pelo ministério esta semana. "Nossos técnicos estão em vigília permanente para impedir que esse tipo de produto seja comercializado na região."
A polícia informou que o comerciante Gezildo Cerqueira Santana, principal suspeito de ter distribuído a cachaça contaminada em Serrinha, está respondendo a inquérito por homicídio culposo.
"Outros comerciantes apontados como distribuidores ou fabricantes do produto também serão ouvidos", afirmou o delegado de Serrinha, Edenir de Macedo Cerqueira.

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