São Paulo, sábado, 15 de novembro de 1997
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Mulher que decepou pênis é condenada

WAGNER OLIVEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BAURU

A faxineira desempregada Lucinéia Luciana de Souza, 37, foi condenada a 12 anos de prisão por ter assassinado seu companheiro e ter decepado seu pênis.
O crime ocorreu em novembro de 1991, na casa onde morava o casal, na Vila Nova Paulista, periferia de Bauru (340 km a noroeste de São Paulo).
A faxineira foi condenada por seis votos a um do júri, em julgamento realizado anteontem no fórum da cidade.
Souza irá aguardar recurso da defesa ao Tribunal de Justiça de São Paulo em liberdade por ser ré primária e ter bons antecedentes.
Ela matou Natalino Bueno por suspeitar que o companheiro, com o qual vivia havia 11 anos e tinha quatro filhos, mantinha casos com outras mulheres.
Ciúme
Em um acesso de ciúme, a faxineira teria desferido um golpe de marreta na cabeça da vítima e em seguida a teria esfaqueado no peito. Ela teria decepado o pênis de Bueno na base enquanto ele agonizava.
O júri concordou com a tese da promotoria, para quem a mulher cometeu homicídio qualificado, com requintes de crueldade, devido ao corte do órgão genital.
A vítima morreu antes de chegar ao hospital.
Ela não chegou a cumprir nenhum dia de cadeia desde que cometeu o crime. Fugiu para não ser presa em flagrante e apresentou-se três dias depois à polícia.
Versões
Os seis componentes do júri que condenaram a mulher não acreditaram que ela tenha cometido o crime após uma discussão com o companheiro.
Para eles, prevaleceu a versão apresentada pela promotoria, segundo a qual Bueno dormia enquanto foi assassinado e teve o pênis decepado.
Os quatro filhos adolescentes da ré assistiram ao julgamento da mãe, que acompanhou a sessão de cinco horas, cabisbaixa. A sentença foi dada pelo juiz Benedito Antonio Okuno.
A advogada de defesa Eleuses Balduzzi Pereira vai entrar com recurso no Tribunal de Justiça para pedir a anulação do júri.
Ela afirmou que o crime cometido por sua cliente não pode ser qualificado como de natureza cruel.
Para Pereira, sua cliente não agiu com sadismo ao desferir os golpes ao companheiro e cortar seu pênis. "Ela amava muito aquele homem e estava cega de ciúme. O crime é totalmente de natureza sexual", declarou.

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