São Paulo, sábado, 15 de novembro de 1997![]() |
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Paraguai e Uruguai reivindicam compensação para tarifa única
LÉO GERCHMANN
Durante a tarde a decisão dos ministros foi de que a nova alíquota seria acatada, mas Paraguai e Uruguai terão um prazo para se adaptar. O prazo não foi definido. As autoridades econômicas dos dos países estavam contrariadas com a definição unilateral tomada pelo Brasil de antecipar o aumento para a maior parte dos produtos. O encontro se iniciou em clima tenso. Havia um mal-estar entre uruguaios e paraguaios. "O tema não é simples", disse o presidente uruguaio, Julio Maria Sanguinetti. Uruguai e Paraguai são os países com economia mais frágil no Mercosul e, por isso, temem que o aumento da TEC signifique uma dependência maior em relação ao Brasil e à Argentina. "É um desastre", afirmou o economista Ramón Díaz, ex-presidente do Banco Central, que sugeriu até mesmo a possibilidade de o Uruguai deixar o Mercosul. O jornal semanal "Brecha", na edição de ontem, disse que "o Brasil ajusta seu ajuste" e, na manchete, que o Uruguai ficou "pendurado no pincel", com uma fotomontagem de Sanguinetti encolhido e apoiado nas costas do presidente Fernando Henrique Cardoso. O Brasil, com o aumento nas alíquotas, terá um faturamento suplementar que poderá chegará a quase US$ 1 bilhão. A Argentina poderá incorporar aos seus impostos os três pontos percentuais que já vinha cobrando a título de "taxa de estatística". Como esse instrumento foi condenado pela Organização Mundial do Comércio e teria de ser retirado (com a perda dos três pontos percentuais), os argentinos deixaram de perder recursos. Mudança de Rumo Na exposição que fez aos demais ministros sobre a situação brasileira, o ministro da Fazenda brasileiro, Pedro Malan, disse admitir que o governo teve de modificar o seu cronograma para tomar, de forma emergencial, as medidas anunciadas durante a semana. Malan parafraseou o que disse o diretor-gerente do FMI, Michel Camdessus, quando houve a crise mexicana de 94 e o "efeito tequila". "É a primeira crise mundial do século 21", afirmou Malan, deixando claro que considera a atual crise mais grave que a anterior. O ministro relatou que a perspectiva de crescimento do Brasil em 98 caiu de 4% para 2% e que a inflação de 97 deverá ficar em 5%. Texto Anterior: Consumidor vai pagar entre 4,5% e 5% a mais por combustível hoje Próximo Texto: Empresários rejeitam mais imposto Índice |
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