São Paulo, sábado, 15 de novembro de 1997
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Iraque diz que espera ataque dos EUA

IRINEU MACHADO

IRINEU MACHADO; CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE LONDRES

Governo americano envia mais um porta-aviões ao golfo Pérsico e faz pacto anti-Saddam com Londres

O Iraque afirmou ontem que espera um ataque militar a qualquer momento. Os Estados Unidos deslocaram mais um porta-aviões para o golfo Pérsico.
"O americanos e seus lacaios, os britânicos, podem lançar uma agressão militar a qualquer momento", afirmou ontem o ministro iraquiano das Relações Exteriores, Mohamed Said al-Sahaf.
O Reino Unido colocou-se ao lado dos Estados Unidos para uma ação militar contra o Iraque, se considerada necessária.
Uma espécie de pacto de cooperação para pressionar Saddam Hussein foi firmado ontem em Edimburgo, na Escócia, pelos governos dos dois países.
O governo britânico já colocou aviões de combate de prontidão e deslocou um porta-aviões (o Invencible) para a região do Golfo.
Encontro
O ministro britânico das Relações Exteriores, Robin Cook, e a secretária de Estado dos EUA, Madeleine Albright, se encontraram ontem em Edimburgo para discutir a pressão contra o Iraque.
Cook afirmou que a situação "é grave" e que Hussein "não derrotou" os esforços da ONU (Organização das Nações Unidas) para impedir o Iraque de manter armas de destruição em massa. "Não, ele não venceu. Este não é o fim da crise e nós estamos determinados e decidimos que ele não vai vencer."
Em Londres, o premiê Tony Blair disse que Saddam Hussein estará cometendo um erro "muito grave" se insistir em "desafiar a comunidade internacional".
Prazo
O secretário da Defesa dos EUA, William Cohen, disse ontem que não tem qualquer prazo para uma ação militar do seu país contra o Iraque e classificou o envio de um segundo porta-aviões, o USS George Washington, para o Golfo Pérsico de "ação preventiva".
Questionado sobre como se sentiria em ordenar ataques contra o Iraque com centenas de pessoas nas proximidades de possíveis alvos militares, Cohen afirmou não acreditar que possa haver gente perto de fábricas de armas biológicas e químicas. Mas ele logo tentou negar a óbvia implicação de que essas fábricas poderiam ser o objetivo principal de um ataque.
O Pentágono confirmou que está negociando com nações amigas da região do Golfo, sem afirmar que o objetivo dessas conversas, como se supõe, é obter autorização para o uso de bases para ataques aéreos.
O Pentágono disse ainda que os vôos de aviões U-2 para examinar movimentos militares no Iraque serão retomados amanhã. O Iraque ameaça derrubar os U2.

Colaborou Carlos Eduardo Lins da Silva, de Washington

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