São Paulo, domingo, 16 de novembro de 1997
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Polícia suspeita que marido matou grávida

Marcos Cardoso diz ser 'absurda' suspeita sobre ele

DA REPORTAGEM LOCAL

Marcos Cardoso -cuja mulher, grávida de sete meses, foi morta na quarta-feira- afirmou ontem ser "absurda e caluniosa" a suspeita da polícia de que ele está envolvido nesse assassinato.
O delegado-titular do 1º Distrito Policial de Santo André (Grande São Paulo), Guerdson Ferreira, disse anteontem à "Folha da Tarde" que "há suspeitas de que ele (Cardoso) possa ter forjado o latrocínio" (roubo seguido de morte).
A suspeita é baseada no depoimento de um soldado do Corpo de Bombeiros de Santo André, que na quarta teria recolhido uma bolsa jogada pelo único ocupante de um Fiat Uno. Na polícia, constatou-se que a bolsa era de Elisângela Cardoso, 19, mulher de Cardoso, 23.
Na versão de Cardoso, ele voltava da casa de sua mãe com a mulher, em seu Fiat Uno, na quarta à noite, quando foram abordados por dois ladrões. O casal tinha R$ 430,00 em dinheiro para comprar o berço da criança.
Os assaltantes teriam entrado no carro, matado Elisângela porque sua aliança não saía do dedo, roubado objetos de valor e fugido a pé, na via Anchieta.
"Essa acusação contra mim é um absurdo, uma calúnia. Sempre fui cristão, nunca fumei, nunca fiz nada errado", disse ontem Cardoso.
"É uma injustiça. Toda família, incluindo os pais de Elisângela, vão defendê-lo", disse Leonice da Rosa, 41, concunhada de Cardoso.
Segundo ela, Cardoso está desde a última quarta sem comer. "Ele só toma calmantes."
Marcos Cardoso disse que não jogou a bolsa da mulher de seu carro e não soube dizer se os ladrões fizeram o mesmo.
"Eu não atirei bolsa nenhuma. A bolsa, o dinheiro, e os nossos relógios foram entregues para os assaltantes. Não vi o que eles fizeram com esses objetos. Não podia olhar para trás, senão eles atiravam."
"O que eu não entendo é por que esse bombeiro que disse ter visto uma pessoa jogando a bolsa para fora não seguiu o meu carro. Ele, um policial militar, poderia ter fechado meu carro para ver o que estava acontecendo. Isso iria me ajudar", afirmou Cardoso.
Ele não soube explicar por que o bombeiro teria visto apenas uma pessoa no Fiat Uno.
Ele ainda fez um apelo. "Se alguém viu os assaltantes entrando no meu carro ou fugindo a pé na Anchieta, por favor conte à polícia de Santo André. Onde já se viu um homem matar a mulher grávida de sete meses?"

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