São Paulo, domingo, 16 de novembro de 1997
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Arroz com feijão é melhor com peixe

Empresas melhoram cardápio e cesta básica

CARLA ARANHA SCHTRUK
DA REPORTAGEM LOCAL

Mas o trabalhador médio ainda não ganha o suficiente para incrementar a dieta em casa. "As empresas não são boazinhas. Perceberam que a boa alimentação é essencial para a qualidade do trabalho", diz Eunice Lima, 34, gerente da Atta Alimentação, que administra restaurantes de empresas.
Segundo estudo da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), um aumento de 1% na quantidade das calorias disponíveis "per capita" corresponde a 2,27% a mais de produtividade.
Nos Estados Unidos, para cada US$ 1 investido em nutrição balanceada, há um retorno de US$ 4 para a empresa, diz a Fipe.
A relação entre comida e produtividade é direta e fácil de entender. De acordo com Tânia Rodrigues, 36, consultora especialista em nutrição, a concentração no trabalho, além de percepção e de raciocínio, depende da ingestão regular de alimentos.
Outra dica é consumir alimentos ricos em glicose, carboidratos e proteínas. Eles garantem um fluxo adequado de sangue para o cérebro, o que mantém a capacidade de atenção e de raciocínio.
A maioria dos refeitórios de empresas conta com a orientação de nutricionistas. A novidade é a inclusão no cardápio de alimentos mais saudáveis, como peixe, aves, sucos e frutas, em substituição às frituras e carnes gordurosas.
Há, ainda, quem ofereça mais de uma opção para agradar aos diferentes paladares, como na Microlite. Já a Produtos Roche planeja servir, em 98, também o café da manhã, além do almoço e do lanche da tarde que oferece hoje.
Há ainda casos de empresas que passaram a oferecer uma cesta básica que agrade mais ao funcionário e seja mais rica em proteínas, carboidratos e fibras.
É o caso da grendene, que criou até uma embalagem diferente para as 10,3 mil cestas distribuídas no Nordeste. Feitas de plástico e com alças, para que possam ser carregadas facilmente, têm ainda produtos bastante regionais, como carne seca e farinha de mandioca.
Resultado: a rotatividade, que era de 4,5%, em média, caiu para cerca de 2,5% desde a criação das novas cestas, há um ano e meio, diz o supervisor Célio João Oro, 31.
Roseane da Silva, operária da linha de montagem da empresa, ganha R$ 174 por mês e diz que só come carne porque a empresa fornece. "O dinheiro não dá."

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