São Paulo, domingo, 16 de novembro de 1997
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Preço do aluguel pode cair ainda mais

DA REPORTAGEM LOCAL

As medidas econômicas anunciadas pelo governo no início da semana devem repercutir nos preços dos aluguéis, puxando-os para baixo, segundo especialistas.
Na opinião de José Roberto Graiche, 52, presidente da Aabic (Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios), os preços dos aluguéis, a exemplo do que vinha acontecendo, devem cair ainda mais.
O aumento na taxa de juros e a possibilidade de desemprego, segundo Graiche, acabam gerando instabilidade no mercado. Nos próximos meses, a oferta deverá permanecer maior que a procura.
"Como as medidas mexem diretamente no bolso dos inquilinos, a inadimplência também pode aumentar", afirma.
Pesquisa da entidade mostra que houve um aumento de 15% nas ofertas de imóveis para locação em outubro, totalizando 11,5 mil unidades disponíveis.
Isso porque esses imóveis representam o maior número de oferta e a menor procura por locação.
Vendas
Para Danilo Lopes, 50, proprietário da GDL Empreendimentos, o mercado de imóveis prontos também vai sofrer impacto. "As pessoas que quiserem vender terão de baixar os preços", afirma.
Ely Wertehein, 38, presidente do Secovi-SP (sindicato das imobiliárias e construtoras), afirma que o comprador está cauteloso. Por esse motivo alguns lançamentos estão sendo adiados.
Para ele, nesse primeiro momento, o volume de vendas vai cair, mas isso não representa um caos. "Entre dezembro e fevereiro, o setor sempre registra queda."
Quanto aos preços, Wertehein diz que eles devem ficar estáveis. "As construtoras trabalham com financiamentos. Não tem motivo para baixar", afirma.
Construtoras e entidades ouvidas pela Folha afirmaram que o adiamento de lançamentos foi consequência do impacto das notícias no comprador e não uma reação às medidas.
Para o consultor Luiz Álvaro de Oliveira, 54, da Adviser Consultoria, os prejudicados são aqueles que têm seus financiamentos vinculados à TR (Taxa Referencial).
"Os autofinanciamentos, atrelados ao custo da construção civil, não devem ser alterados."

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