São Paulo, domingo, 16 de novembro de 1997
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Parcerias tornam patrocínio mais barato

SIMONE CAVALCANTI
FREE-LANCE PARA A FOLHA

As micro e pequenas empresas estão descobrindo no patrocínio uma ferramenta de marketing eficiente para consolidar suas marcas e dar impulso às vendas.
A relação de patrocinados por empresas de pequeno porte é extensa: atletas, bandas de música, grupos de teatro, pilotos de corrida. Muitas vezes, eles nem têm relação com os artigos que divulgam.
"O retorno financeiro não é imediato, como o de um anúncio publicitário, mas o nome da empresa fica na cabeça das pessoas, que acabam nos procurando", afirma Wagner Julio Oliveira, 36, dono do Studio Tat-2, que faz serviços de tatuagem em São Paulo.
Oliveira mirou bem o público-alvo na hora de decidir ser patrocinador. A empresa reserva cerca de R$ 500 por mês para estampar sua marca em roupas de bandas de rock e "skatistas".
Em contrapartida, o estúdio banca os gastos com combustível e faz tatuagens gratuitas. "Quando os artistas se apresentam tatuados, viram nossos garotos-propaganda", diz Oliveira, que também distribui adesivos e papéis promocionais durante os shows.
Parcerias
Um atrativo a mais para a adoção da tática é que boa parte das empresas não costuma gastar muito. A Litoral Brasil, confecção de linha de praia, achou a solução para baixar os custos: a parceria.
A empresa fez um acordo com o Mappin. Os dois patrocinam o time de vôlei feminino do Esporte Clube Pinheiros (SP). O empresário Horácio Halasz, 34, afirma que não gasta muito. O uniforme da equipe é feito pela empresa e sai por 50% do valor de venda.
"O atleta está sempre em evidência. É objeto de admiração."
Além das parcerias, montar um pool de empresas também pode ser uma boa pedida. A Mercan, que atua com importação e exportação, divide as despesas -R$ 1.500- do patrocinado (um piloto de kart) com outras quatro.
Segundo o dono, Nelson Merlo, 43, todas têm espaço garantido para colocar logomarcas no macacão e no carro do piloto. "As micro podem pegar uma carona no espaço que os atletas têm na mídia."
Resultados
Segundo o consultor Ricardo Poli, 28, o uso do patrocínio traz resultados, mas também é preciso investir em outras ações de marketing, como mala direta e anúncios.
Além disso, o pequeno empresário não pode pensar em abatimento nos impostos quando patrocina atividades culturais.
Segundo a Lei Rouanet, que define as regras de incentivo cultural e artístico, o valor pode ser deduzido em até 5% do Imposto de Renda, mas só para empresas que faturam mais de R$ 720 mil por ano.

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