São Paulo, domingo, 16 de novembro de 1997
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Professor elogia 'Jornal da Band'

FREE-LANCE PARA A FOLHA

O jornalista Paulo Henrique Amorim, apresentador do "Jornal da Band", cumpre hoje na TV brasileira o mesmo papel inovador que coube a Boris Casoy nove anos atrás. A opinião é do professor de telejornalismo da USP Sebastião Carlos Squirra, 49.
Em 1988, Casoy estreou o "TJ Brasil", no SBT, inaugurando no país o estilo de apresentação de telejornal por meio de um âncora.
"Hoje, o Paulo Henrique tem o mesmo papel diferenciador do Boris, que deu um 'respiro' na época", diz Squirra, que já prepara um livro sobre o apresentador da Band.
Segundo o professor, os diferenciais do "Jornal da Band" são a criatividade da pauta (escolha das reportagens) e o bom humor do apresentador.
"O Paulo sempre abre o jornal falando algo simpático como 'Olá, tudo bem?'. Isso já dá uma esperança ao espectador", diz.
O otimismo se completa em reportagens sobre histórias que deram certo, na linha do extinto comercial "Gente que Faz". Reportagens contando o êxito de pessoas seriam uma tendência antiga do jornalismo norte-americano.
Para Squirra, autor de dois livros sobre o "TJ Brasil", o modelo criado por Boris Casoy no SBT -caracterizado por comentários do jornalista sobre as reportagens- continuará sendo sucesso no "Jornal da Record", seu atual telejornal.
O professor não vê no jornal quaisquer indícios de interferência do bispo Edir Macedo, líder da Igreja Universal (ligada à Rede Record). "O público precisa ter a crença de que o jornalismo é isento e o Boris empresta à Record sua boa imagem pública."
Já o "Jornal Nacional", na opinião de Squirra, segue dando apenas o que ele chama de "visão do poder". "Para eles, da Globo, é complicado mudar a pauta, apesar de reunir o maior e melhor contingente de profissionais."
Squirra acredita que a Globo está "desatenta" com a questão de sua imagem junto à população.
"Eles insistem no jornalismo 'chapa-branca', mantendo aquele Alexandre Garcia em Brasília."

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