São Paulo, segunda-feira, 17 de novembro de 1997 |
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Cubanas debutam no interior de Minas
JOSÉ ALAN DIAS
Desde o ano passado, o governo de Cuba passou a permitir que atletas que não mais estejam servindo à seleção nacional, uma das mais fortes do mundo, possam se transferir para o exterior. Apoiadas nesse processo, a meio-de-rede Adelina Artiaga, 33, e a atacante Inês Moline, 32, defenderão o Marco 20, de Divinópolis, cidade do interior de Minas Gerais, até o final da Superliga, em maio. Em troca, o clube repassará 75% do rendimento mensal das atletas para o governo cubano. "Não vou falar que serão a sensação da Liga. São veteranas. Mas têm a vantagem de custar bem menos que outras do mesmo nível delas no Brasil ", diz o supervisor do time, José Sérgio Tostes. Oitavo colocado na última Superliga, o clube espera que a presença das duas atletas garanta melhor posição nesta temporada. Depois que saíram da seleção, Artiaga e Moline atuaram por uma equipe de veteranas. Com a abertura, tiveram uma passagem pelo Nacional da Colômbia no Sul-Americano de clubes. Em julho, se apresentaram à equipe mineira. A favor delas, na avaliação do técnico Romeu Beltramelli, a força física, considerada muito superior à das brasileiras. "(Elas) São fortes. É próprio das cubanas. Fazem com naturalidade exercícios e trabalho de musculação que jogadoras mais jovens não conseguem", diz Beltramelli. "Tecnicamente, a Adelina deixa um pouco a desejar. Mas compensa com garra. Já a Inês é uma jogadora que, no Brasil, daria para comparar à Vera Mossa." No primeiro teste com um rival da Superliga, há duas semanas, o Marco 20 derrotou o forte Rexona, da levantadora Fernanda Venturini e das holandesas Cintha Boersma e Erna Brinkman em Curitiba. "Lamento ter saído de Cuba um pouco tarde. Creio que ainda posso mostrar um bom nível", diz Moline, que atuou na seleção entre 80 e 90 e diz conhecer as principais jogadoras brasileiras. "Já enfrentei muitas vezes a Ana Moser", diz a jogadora, vice-campeã mundial em 86 e que atuou ao lado de Mireya Luis, a melhor atacante do mundo hoje. Moline se afastou da seleção para se casar -tem uma filha de seis anos, que ficou com o marido em Cuba. Para lá, manda parte dos US$ 750 que recebe mensalmente. Quando retornar a Cuba, pretende retomar seu trabalho como professora de cultura artística numa escola da capital Havana. Texto Anterior: Federação quer regra anticalote Próximo Texto: Artiaga defende dinheiro para Cuba Índice |
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