São Paulo, terça-feira, 18 de novembro de 1997 |
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Vaga final opõe 'pária' a 'paraíso capitalista'
SÉRGIO TEIXEIRA JR.
Nas eliminatórias da Ásia, os iranianos já perderam duas oportunidades de ir à França. Ficaram em segundo lugar no Grupo A -a Arábia Saudita, um dos países árabes mais próximos das potências ocidentais, ficou em primeiro. Depois, na repescagem, o Irã foi derrotado pelo Japão, país mais rico do continente. Pelo regulamento da Fifa (entidade máxima do futebol), o Irã tem sua última chance enfrentando a Austrália, país que venceu as eliminatórias da Oceania. Mas o futebol iraniano teve melhor sorte no futebol do que o vizinho Iraque, país isolado por um embargo da ONU (Organização das Nações Unidas) desde sua invasão ao Kuait, em agosto de 1990. Os iraquianos foram eliminados na primeira fase, e houve suspeita de que Udai Hussein, filho do líder Saddam Hussein, teria espancado os jogadores da seleção. Outros países tiveram que esquecer suas pretensões futebolísticas por problemas internos. O exemplo mais claro é o de Burundi, que saiu invicto das eliminatórias africanas para a Copa. A seleção do país havia vencido duas partidas por 1 a 0 contra Serra Leoa quando um golpe de Estado, em julho do ano passado, causou uma retomada da guerra civil entre as etnias hutu e tutsi. O país abandonou a disputa. A República Democrática do Congo (ex-Zaire) também foi prejudicada pelo conflito interno que acabou com o governo de 32 anos de Mobutu Sese Seko. O time ficou em último no Grupo 3 da África. A Libéria, do meia do Milan George Weah, foi palco de combates durante as eliminatórias -a seleção foi a última do Grupo 2. Na Europa, a Albânia, que viveu uma revolta popular no início do ano causada pela quebra no sistema de poupança conhecido como "pirâmides", teve de abdicar de partidas em casa. Em vez de jogar em Tirana, foi à Espanha. (STJr) Texto Anterior: Ricos levam 'G-6' à Copa do Mundo Índice |
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