São Paulo, terça-feira, 18 de novembro de 1997 |
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Líder muçulmano condena terrorismo
OTÁVIO DIAS
"Quem praticou esse ato não tem autoridade. O Egito não está em guerra. E mesmo que estivesse, as leis islâmicas estabelecem limites para a guerra", diz. Saifi nasceu no Líbano, veio para o Brasil há 33 anos e naturalizou-se brasileiro. Sua organização é situada em São Bernardo do Campo, no ABC paulista. "As leis islâmicas ensinam que, numa guerra, você só pode combater o combatente", diz Saifi. "Civis, velhos, mulheres e crianças não devem ser atingidos. Nem mesmo plantações e árvores podem ser queimadas." Embora não tenha sido reivindicado por nenhuma organização, acredita-se que grupos extremistas islâmicos estejam por trás do atentado. Esse foi o pior de uma série de atentados contra turistas iniciada há cinco anos. Para Saifi, os responsáveis pelo atentado "não conhecem o islamismo". "Quando alguém sacrifica uma vida, sacrifica a humanidade inteira", diz. "É uma coisa bárbara. Quem fez isso não faz parte do Islã. O Islã é uma religião de clemência", diz. "Também é preciso dizer que, no Egito, existe muita duplicidade. Existem pessoas que matam em nome do Islã. Mas essas pessoas não são muçulmanas", afirma. Para Saifi, se um grupo quer tomar o poder, precisa se organizar num partido de oposição. "O terrorismo não é a forma permitida. Não está claro o que está acontecendo no Egito. Não há uma organização. Tem algo no ar, mas nada de concreto", afirma. "Condenamos isso e fazemos um apelo ao governo do Egito para que seja mais severo. É obrigação do governo desmascarar esses grupos", diz. "Os turistas deveriam ter sua segurança total garantida pelo governo. O Estado tem obrigação de protegê-los. Eles são visitantes e precisam ser protegidos", afirma. (OD) Texto Anterior: Brasileiros já sofreram ataque Próximo Texto: Líder muçulmano condena terrorismo Índice |
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