São Paulo, quarta-feira, 19 de novembro de 1997
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Vítimas da seca vendem água para aumentar renda

AURELIANO BIANCARELLI
FREE-LANCE PARA A AGÊNCIA FOLHA, EM JOÃO PESSOA

A venda de água em vários municípios da região do Cariri é praticada pelas próprias vítimas da seca que exploram a miséria local.
"É a pobreza explorando a pobreza com a venda de água", disse o chefe de gabinete da Secretaria da Agricultura da Paraíba, Hélio Fernandes.
Em Soledade e Juazeirinho, 24 pequenos comerciantes vendem água em carros-pipa. O lucro deles em cada carro de água chega a R$ 10,00 ou R$ 15,00. Segundo o vice-prefeito de Soledade, José do Nascimento, (PT), 43, só um homem, que ninguém conhece e não mora na cidade, ganha muito dinheiro com a venda de água ( R$ 300,00 por caminhão).
"Fora os donos de caminhão, o comércio de água é feito por mais 120 donos de carroças de jumento, que compram o tambor de 200 litros por R$ 2,00 e revendem por R$ 2,50", disse o vice-prefeito.
Memória
As maiores secas da Paraíba neste século ocorreram em 1932 e em 1993, segundo o secretário de Recursos Hídricos do governo estadual, Gilberto Morais.
Em 1993, segundo ele, a seca foi tão violenta que dizimou 70% do rebanho bovino da Paraíba. Do total de 1,2 milhão de cabeças bovinas existentes, sobraram 400 mil. Também houve períodos críticos de seca em 1958, 1970, 1979 e 1983. Entre 1993 e 1997, choveu regularmente na Paraíba.
(AB)

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