São Paulo, quarta-feira, 19 de novembro de 1997
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Coréia sofre ataque e fica sem opção a não ser recorrer ao FMI

CLÓVIS ROSSI
DO CONSELHO EDITORIAL, EM LUXEMBURGO

A Coréia parecia ontem sem outra alternativa para enfrentar seguidos ataques ao won, a sua moeda, a não ser recorrer ao FMI (Fundo Monetário Internacional) e a seu amargo receituário para pôr ordem na economia.
Até o banco central coreano fez essa proposta ao Ministério das Finanças, conforme a "Reuters".
"Como até os bancos estatais estão tendo dificuldades para tomar empréstimos no exterior, sugerimos ao Ministério das Finanças um empréstimo do FMI como o último recurso para superar os problemas com a moeda", disse um funcionário de alto nível, não identificado, à "Reuters".
Antes, um jornal coreano, o "Dong-A Ilbo", havia lançado o balão de ensaio de que o BC da Coréia recorreria a seu congênere japonês, em busca de um empréstimo de entre US$ 20 bilhões e US$ 30 bilhões para enfrentar a crise.
Mas o BC japonês já afastou a hipótese, afirmando que qualquer esquema de ajuda à Coréia teria que ser implementado via FMI -e não pelo Japão isoladamente.
Para tornar o cenário ainda mais difícil, o governo fracassou na tentativa de fazer aprovar pelo Parlamento um pacote de 13 medidas destinadas a facilitar fusões entre bancos e a aperfeiçoar o controle do Ministério das Finanças sobre o sistema financeiro.
É natural, nessas circunstâncias, que o won continue em queda livre em relação ao dólar.
Na segunda, o BC já havia desistido de tentar evitar que o dólar ultrapassasse a fronteira psicológica dos mil wons. O dólar fechou segunda-feira a 1.008,60 wons.
Ontem, foi pior: o won caiu até 2,25%, o máximo permitido por dia pelo governo no sistema de banda de flutuação, similar ao do Brasil. Fechou a 1.012,80 wons.

LEIA MAIS sobre a Coréia na pág. 2-6

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